Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
comportamento

Um país de tatuadores clandestinos

Apresentador da tevê sul-coreana, o australiano Daniel Snoeks vem ajudando a popularizar as tattoos | YouTube/Reprodução
Apresentador da tevê sul-coreana, o australiano Daniel Snoeks vem ajudando a popularizar as tattoos (Foto: YouTube/Reprodução)

Operações de revista contínuas, pesadas multas e inclusive prisão, além de uma vida de trabalho na clandestinidade. É o que os profissionais da tatuagem enfrentam na Coreia do Sul, um país onde a arte de injetar tinta na pele é ilegal apesar de a moda crescer a cada ano.

"Como é ilegal, não podemos colocar um cartaz na porta", se desculpa Kim Ki-bok, um dos tatuadores mais famosos em Seul, na entrada de seu estúdio camuflado como apartamento residencial no quarto andar de um prédio velho do bairro de Hongdae, berço da arte e das novas tendências no país.

Apesar de legalmente esses trabalhadores figurarem como "desempregados", quatro tatuadores trabalham todos os dias há dez meses neste local durante longas horas, com um olho na pele do cliente e outro em uma possível invasão de agentes da Polícia.

Desde que há dois anos conseguiu fazer seu nome entre os aproximadamente 20 mil tatuadores que há na Coreia do Sul – segundo estimativas do Governo – Kim contorna com suas agulhas a pele de cerca de três pessoas por dia.

"Tive sorte e nunca me revistaram", comentou, embora reconheça que muitos de seus amigos receberam "pesadas multas" e "inclusive alguns tenham sido presos", assegurou.

As leis sul-coreanas consideram as tatuagens um procedimento médico que só pode ser realizado por médicos titulados em clínicas e hospitais, algo que leva à clandestinidade os autênticos profissionais deste setor.

"Cada vez mais cidadãos se tatuam e 99% fazem em estúdios ilegais, por isso surgiram problemas, como denúncias por causa de más práticas, produto da desregulação", expôs no Parlamento o deputado Kim Chon-jin quando no final do ano passado apresentou uma proposta para legalizar estes procedimentos.

No entanto, a Assembleia Nacional não considera uma prioridade a legalização das tatuagens e por enquanto mantém congelado o debate.

O tatuador Kim Ki-bok, membro da associação Tattooist, que funciona como um sindicato para este tipo de profissionais, baseia suas expectativas de legalização na cada vez maior aceitação social da tatuagem na conservadora sociedade sul-coreana.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.