
A América Latina tem dois grandes eventos políticos previstos para este ano, e o primeiro deles entra agora em sua reta final: as eleições presidenciais no Peru. O primeiro turno da disputa pela sucessão de Alan García no país que mais cresce na região está marcado para 10 de abril, com a decisão em segundo turno agendada para 5 de junho. No segundo semestre, será a vez de a Argentina escolher o próximo presidente, em eleições marcadas para outubro que se tornaram mais intrincadas após a morte do ex-presidente e potencial candidato Néstor Kirchner, no fim de 2010.
Por ora, no entanto, nada parece ser mais intrincado do que a apertada disputa eleitoral em curso no Peru, onde cinco candidatos avançam rumo ao dia da votação com porcentuais muito equilibrados na preferência do eleitorado. O segundo turno, neste momento, desponta como um oásis ao alcance de todos eles, e passou a atrair a atenção de observadores externos.
Embora as pesquisas eleitorais sugiram que esses cinco candidatos têm as mesmas chances de conquistar uma vaga no segundo turno, há uma série de diferenciações entre eles que lhes confere mais ou menos chance de crescimento nesta reta final da campanha. Além disso, economistas e analistas detectam fatores específicos nesta disputa pela Presidência do Peru que a diferenciam da eleição de cinco anos atrás.
Se a votação fosse hoje, seria quase impossível prever o resultado das urnas no Peru. As próprias pesquisas de intenção de voto confundiam analistas e eleitores com resultados divergentes e muito voláteis.
Pesquisa elaborada pela Datum Internacional com cerca de 1.200 eleitores e divulgada em 1.º de abril mostrava o nacionalista de esquerda Ollanta Humala à frente com 21,4% da intenções de voto, quase quatro pontos porcentuais acima de sondagem similar realizada uma semana antes. Mas a disputa por uma vaga no segundo turno das eleições continua forte e indefinida há poucos dias da votação.
O ex-primeiro-ministro Pedro Pablo Kuczynski manteve os 17,5% e o ex-presidente Alejandro Toledo aparece em terceiro lugar, com 17,4%. A filha do ex-presidente Alberto Fujimori está na quarta colocação, com 16,4%, seguida de perto pelo ex-prefeito de Lima, Luis Castañeda.