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Unicef

Uma em cada quatro crianças nos países em desenvolvimento está abaixo do peso

Mais de um quarto das crianças de países em desenvolvimento está abaixo do peso, segundo um novo relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), publicado nesta terça-feira. No entanto, no caso do Brasil, os dados são otimistas: o país influenciou positivamente as taxas da América Latina, que se aproximou das metas estabelecidas pela ONU para a redução da desnutrição e da mortalidade infantil.

"Progresso pelas crianças: um balanço sobre a nutrição" mostra que 27% das crianças em países em desenvolvimento - cerca de 146 milhões - estão abaixo do peso, muitas num estágio em que suas vidas estão ameaçadas. Mais da metade delas mora em somente três países: Bangladesh, Índia e Nepal.

O estudo revela ainda que o índice de crianças abaixo do peso caiu apenas cinco pontos percentuais nos últimos 15 anos.

O estudo indica que somente duas regiões do mundo estão bem encaminhadas para cumprir com as metas fixadas nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, em relação à redução da desnutrição e da mortalidade infantil.

São elas as regiões da América Latina e Caribe e a da Ásia Oriental e Pacífico - graças ao desenvolvimento da China. Nestas áreas, o índice de crianças com peso inferior ao normal é de 7% e 15%, respectivamente.

No caso da América Latina, o relatório informa que a taxa média de redução do número de crianças desnutridas de 1990 a 2004 é de 3,8% ao ano, o que representa a queda mais rápida em comparação com qualquer outra região do mundo.

As duas nações latino-americanas mais populosas, Brasil e México, influenciaram nos bons resultados da região, segundo o Unicef, o que significa que existem grandes disparidades no crescimento infantil entre os países.

Enquanto no Brasil a desnutrição infantil caiu até os 6% e se prevê que chegue a 3% em 2015, no México a redução foi ainda acentuada, de 14% em 1988 para 8% em 1999.

Existem outros países, como Cuba, República Dominicana, Jamaica e Peru, que apresentam melhoras nos resultados; enquanto o Chile, com um índice de 1% de crianças abaixo do peso, é o que teve mais avanços.

No entanto, as taxas pioraram no Oriente Médio e na África do Norte, principalmente em países de grandes populações como Iraque, Sudão e Iêmen.

O relatório mostra que no sul e no leste da África as crianças estão mais malnutridas do que nos anos 90, o que indica uma tendência alarmante no continente flagelado por guerras, Aids e secas. Somente a Botsuana entre os países da região está conseguindo progressos aceitáveis para a diminuição do número de crianças subnutridas pela metade até 2015.

A diretora executiva da Unicef, Ann Veneman, disse ao jornal britânico "The Independent" que o pouco progresso no combate à desnutrição está prejudicando crianças e nações.

- Poucas coisas tem mais impacto do que a nutrição na capacidade de uma criança de sobreviver, aprender efetivamente e escapar de uma vida de pobreza - afirmou ela ao jornal.

Segundo a diretora, para cada criança desnutrida registrada pelas autoridades, há muitas outras ignoradas lutando contra a fome. Veneman afirmou também que há uma séria deficiência em vitaminas e minerais essenciais, como iodo, vitamina A e ferro.

A desnutrição continua sendo uma epidemia global, que contribui para mais da metade do número de mortes de crianças, cerca de 5.6 milhões por ano.

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