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cúpula do G-7

Uma fotografia resumiu o encontro dos líderes das principais potências mundiais

A fotografia mostra os líderes de França, Alemanha, Japão e Estados Unidos em um momento nada amigável durante o intervalo de sessões na cúpula do G-7 | JESCO DENZELAFP
A fotografia mostra os líderes de França, Alemanha, Japão e Estados Unidos em um momento nada amigável durante o intervalo de sessões na cúpula do G-7 (Foto: JESCO DENZELAFP)

Foram centenas, se não milhares, de fotos tiradas na cúpula do Grupo dos Sete em Quebec neste fim de semana, uma reunião de dois dias entre os líderes dos países mais importantes do mundo para discutir assuntos de todos os tipos, de mudança climática a política comercial internacional. 

Mas uma em especial se destacou depois que foi publicada pelo gabinete oficial da chanceler alemã, Angela Merkel, no sábado e viralizou na internet por sua composição surreal. 

Na foto, Merkel está de pé atrás de uma mesa comprida e estreita, com as duas mãos pressionadas firmemente em sua superfície, sobre alguns documentos espalhados. Com uma expressão neutra, ela olha diretamente para o presidente Donald Trump, que está do outro lado da mesa. 

Ele está com raiva? Entediado? Gostando da situação? Raro é o semblante onde todos os três são igualmente plausíveis, mas neste caso é difícil dizer. Os olhos de Trump olham fixamente para a frente, na direção de Merkel, mas não muito fixados na chanceler alemã. Seus braços estão cruzados na frente de seu peito. 

Em torno de Merkel e Trump há uma enorme quantidade de outros líderes, cada um com um olhar implacável. De seu perfil lateral parcialmente obscuro, só se pode ver a testa franzida do presidente francês Emmanuel Macron. O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, é totalmente visível no quadro, mas seus pensamentos permanecem tão impenetráveis quanto os dos outros, com os braços também cruzados contra o peito e o olhar em algum lugar sobre a cabeça de Merkel, possivelmente observando Macron. 

À esquerda de Abe está o conselheiro de segurança nacional dos EUA, John Bolton, que aparentemente estava conversando com o presidente francês. Mas ninguém, além de Macron, parecia estar prestando atenção nele.

Leia também: Trump aproveita cúpula do G-7 para fazer ameaças comerciais a aliados

A foto apareceu pela primeira vez na conta oficial do Instagram de Merkel por volta do meio-dia de sábado (9). 

"Segundo dia da cúpula do G-7 no Canadá: encontro espontâneo entre duas sessões de trabalho", dizia a legenda da publicação. 

A imagem é muito diferente das fotos oficiais que a Casa Branca havia divulgado, que eram em sua maioria fotos posadas ou aquelas que mostravam Trump sob uma luz séria e com atitude dominante. A disparidade levou alguns a se perguntarem: Merkel - ou alguém em sua equipe - estaria trollando o presidente dos EUA? Afinal, durante a cúpula, Trump ameaçou duras sanções se os outros países do grupo não concordassem em reduzir drasticamente ou acabar com as tarifas sobre produtos americanos

"Bem, se eles retaliarem, estão cometendo um erro", disse Trump aos repórteres no sábado, quando perguntado sobre o que poderia acontecer se esses países não concordassem. "Somos como o cofrinho que todo mundo está roubando. E isso termina." 

Horas depois do fim do encontro, Trump disse no Twitter que ele havia instruído o representante dos EUA a não assinar o comunicado conjunto dos Estados-membros, depois de ter ficado irritado com as declarações feitas em coletiva de imprensa pelo primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, que, em comentários polidos, reiterou suas objeções à imposição de tarifas sobre aço e alumínio do Canadá, México e União Européia e seus próprios planos de introduzir medidas de retaliação direcionadas aos produtos norte-americanos.

Por isso, a foto, para muitos, demonstra a tensão na relação entre EUA e os seus aliados mais próximos. A linguagem corporal de Trump sugere que ele pode não ter ficado muito feliz de estar lá, enquanto a de Merkel demonstra que a Alemanha - e possivelmente os demais países-membros do G-7- não vai se curvar às demandas comerciais do governo americano. 

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