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Justiça

Uma latina na Suprema Corte

Sonia Sotomayor com Obama: juíza pode ser a primeira hispânica na Corte | Jim Young/Reuters
Sonia Sotomayor com Obama: juíza pode ser a primeira hispânica na Corte (Foto: Jim Young/Reuters)
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Nova Iorque - O presidente dos EUA, Barack Obama, indicou ontem a juíza liberal moderada Sonia Sotomayor para a Suprema Corte do país, acabando com semanas de especulação sobre sua primeira marca no órgão. Se aprovada no Senado, Sotomayor, 54 anos, será a primeira pessoa de origem latino-americana a integrar o mais importante tribunal americano.

Ela substituirá o juiz David Souter, 69 anos, apontado pelo republicano George H. W. Bush (1989– 1993), mas que costumava seguir a ala liberal do órgão.

Por essa razão, as tendências de Sotomayor não deverão afetar substancialmente o equilíbrio do órgão – hoje composto por quatro magistrados conservadores, quatro liberais e um conservador moderado.

Sotomayor será a terceira mulher da história da Suprema Corte. O posto é permanente. Ao justificar a escolha, Obama não deixou de lado a experiência em vários níveis da lei ou sua história pessoal.

"(Sonia Sotomayor) traria uma experiência mais variada para o corpo de juízes do que qualquer um dos que servem hoje na Suprema Corte possuíam quando indicados. Tão impressionante quanto suas credenciais na lei é a jornada extraordinária que ela percorreu.’’

O democrata se referia ao fato de a filha de porto-riquenhos ter saído das comunidades pobres do Bronx, em Nova Iorque, para duas das melhores universidades do país – Princeton e Yale – e em seguida ter percorrido diversos níveis do sistema de Justiça do país (veja box).

No agradecimento a Obama, Sotomayor abordou sua trajetória: "Essa riqueza de experiências, pessoais e profissionais, me ajudaram a entender a variedade de perspectivas que existem em cada caso. Luto para nunca me esquecer das consequências de minhas decisões na vida real de indivíduos, negócios e governo.’’

Oposição conservadora

A forma como ela encara sua etnia, gênero e experiências, porém, geram críticas em setores conservadores, que temem que ela tente "fazer política’’ a partir do tribunal em vez de apenas interpretar a lei.

Sotomayor já disse que "o tribunal de apelações é onde políticas são feitas’’ e que "uma mulher latina sábia, com a riqueza de suas experiências, alcançaria muitas vezes conclusões melhores do que um homem branco que não teve essa vida’’.

"A juíza Sotomayor é uma ativista judicial de esquerda, que pensa que seus propósitos políticos pessoais são mais importantes do que a lei escrita’’, declarou Wendy Long, integrante do grupo conservador Rede de Confirmações Judiciais. "Ela acredita que juízes devem ditar política, e que o gênero, raça e etnia devem afetar as decisões judiciais.’’

Ao mesmo tempo, o fato de ela ser uma mulher latina pode dificultar a oposição republicana à indicação, por medo de desagradar a uma fatia importante do eleitorado conservador americano.

Estima-se que Obama ainda terá duas chances de deixar sua marca na Suprema Corte: os juízes John Paul Stevens, 88 anos, e Ruth Ginsburg, 75, deverão se aposentar nos próximos anos.

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