Uma semana após o tufão Haiyan, o governo filipino continua a enfrentar problemas de logística para entregar a ajuda humanitária aos cerca de 10 milhões de afetados pela tempestade. Com isso, os sobreviventes lutam entre si para conseguir água e comida.
A situação provoca preocupação e pessimismo entre os representantes dos principais órgãos envolvidos na entrega dos mantimentos. A chefe de Assuntos Humanitários da ONU, Valerie Amos, disse que as condições de vida para os sobreviventes são sombrias.
Ela afirma que muitos deles ficaram dias sem comer e que tiveram que recorrer a valas e poças poluídas para conseguir água por não terem alternativa. "Eu sinto que nós decepcionamos as pessoas porque nós não fomos capazes de entrar [nas regiões atingidas] mais rápido".
"Isso [a ajuda] deveria ter chegado há três dias. Nós estamos chegando lá, mas o processo ainda está muito lento".
Integrantes do Médicos sem Fronteiras e da Cruz Vermelha também reclamaram da demora. Segundo o jornal britânico "Guardian", o transporte dos suprimentos de Cebu e de Manila acelerou nas últimas horas, mas ficam presos em depósitos nas cidades de Tacloban, Ormoc e Guiuan.
O governo filipino afirma que está fazendo todos os esforços para entregar a ajuda, mas que está enfrentando a falta de caminhões. "Em uma situação como essa, nada é rápido o suficiente. A necessidade é massiva, imediata e você não pode atender todo mundo", disse o secretário de Interior, Mar Roxas.
EUA
Hoje, os Estados Unidos anunciaram que enviarão mais mil fuzileiros navais para completar o corpo de 5.000 enviados à região do terremoto. Os americanos também mandaram dois barcos anfíbios para auxiliar a distribuição de ajuda humanitária, além de um porta-aviões que já chegou às Filipinas.
Mais cedo, o Conselho Nacional para a Redução e a Gestão de Catástrofes Naturais afirmou que subiu para 3.621 o número de mortos durante a passagem do tufão. Segundo o porta-voz do órgão, Reynaldo Balido, outras 1.140 pessoas estão desaparecidas.
Os números são menores que a estimativa divulgada na noite de ontem pelo Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU, que confirmou 4.460 mortes.