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Ministros da Unasul reunidos no Equador buscam na terça-feira um consenso para tornar mais transparentes suas políticas de segurança, em meio a preocupações com uma eventual corrida armamentista na região e a polêmica envolvendo o acordo militar entre Colômbia e Estados Unidos.

O primeiro atrito surgiu quando o vice-presidente da Venezuela, Ramón Carrizález, acusou a Colômbia de sonegar informações sobre o futuro acordo que ampliará a presença militar norte-americana nesse país, o que segundo ele poderia impedir consensos no encontro.

Os ministros de Defesa e Relações Exteriores dos 12 países da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) buscam em Quito concretizar acordos para o intercâmbio de informações militares.

"Não vimos nem letras grandes nem letras pequenas, e isso naturalmente gera preocupação sobre as verdadeiras cláusulas desse acordo (entre Colômbia e EUA)", disse Carrizález a jornalistas.

O ministro colombiano da Defesa, Gabriel Silva, respondeu dizendo que seu país está "disposto ao que se chama a simetria, queremos que todo mundo ofereça garantias, informação, e abra suas portas a todos os temas que propusemos".

Bogotá vê com preocupação o anúncio feito nesta semana por Caracas de que a Venezuela comprará da Rússia tanques, sistemas antimísseis e outros equipamentos num valor de 2,2 bilhões de dólares.

"É muito importante que se discuta de maneira ampla, abrangente e em detalhe as compras de armas junto a terceiros países, as garantias e mecanismos de confiança sobre esse tema", disse o chanceler colombiano, Jaime Bermúdez.

A Venezuela afirmou que está disposta a dar detalhes sobre a negociação. "Não temos nenhum impedimento em mostrar à Unasul com todos os detalhes, porque a confiança começa com a transparência", disse Carrizález.

Em Bogotá, o presidente Alvaro Uribe, principal aliado dos Estados Unidos na região, disse que seu governo não cogita entrar em uma corrida armamentista, e afirmou que os equipamentos adquiridos por seu país estão destinados exclusivamente a combater a guerrilha e o narcotráfico.

O governo socialista da Venezuela, que se diz ameaçado pelos EUA e contesta o acordo militar entre Bogotá e Washington, diz que seu objetivo é apenas defender seu território e seus recursos petrolíferos.

Em meio a esse cenário, o Brasil negocia um grande acordo para a compra de equipamento militar da França; Chile e Equador ampliaram recentemente sua frota aérea; e a Bolívia anunciou planos para comprar aviões de combate e helicópteros franceses e russos.

No entanto, o chanceler equatoriano, Fander Falconí, disse que não está em curso uma corrida armamentista, e que a região "deve se centrar onde estão os problemas (...), como a pobreza."

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