Os líderes da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), reunidos ontem em Lima, logo após a presidente do novo presidente do Peru, Ollanta Humala, assinaram um documento que ressalta o compromisso de "eliminar a desigualdade, trabalhar pela inclusão social e cidadania, fortalecer a democracia, resolver as assimetrias entre os países membros" na região.
O representantes dos países sul-americanos pretendiam fechar ainda ontem um texto com uma posição comum sobre a ameaça de o mundo mergulhar em uma nova crise econômica.
O assessor internacional do Planalto, Marco Aurélio Garcia, disse, ao desembarcar em Lima, que da parte do governo brasileiro serão adotadas "todas as mudanças necessárias para proteger a economia nacional".
Garcia citou a importância da realização da reunião da Unasul neste momento em que os Estados Unidos e a Europa estão enfrentando graves problemas econômicos e salientou que, por isso mesmo, é preciso fortalecer a integração da região.
"Não se pode omitir os fatos de que uma crise nos países centrais vão ter consequências sobre nós. Portanto, a unidade da região é fundamental", disse ele.
"Não só a situação dos estados Unidos, que evidentemente tem uma incidência maior sobre a região, mas também a situação europeia porque se tivermos um movimento de recessão muito forte por mais auto-suficiente que nós sejamos, por mais que estejamos apostando, acertadamente no mercado interno, é obvio que, sobretudo aqueles países que estão mais centrados nas exportações e o Peru é um deles, vão se ver comprometidos e vão ter de fazer uma reorientação", observou.
Segundo Marco Aurélio, estes movimentos reforçam a aposta brasileira do governo da importância do mercado sul-americano. "Aqueles que pensavam no passado que a grande solução era aliança com países desenvolvidos em termos comerciais estão se dando conta, aos poucos, que talvez o nosso futuro esteja aqui ou em outros países emergentes como a China ou a Índia", declarou.