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Diplomacia

Unasul reafirma a suspensão do Paraguai

Presidente Franco participa de evento em Assunção | Norberto Duarte/AFP
Presidente Franco participa de evento em Assunção (Foto: Norberto Duarte/AFP)

A suspensão do Paraguai dentro da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) foi reafirmada ontem, após um encontro dos líderes dos países que integram o grupo, em Lima, no Peru, segundo informações da Agência Brasil. A nação teve os direitos políticos dentro do Unasul – e também do Mercosul – sus­­pensos no dia 29 de ju­­nho,­­ durante cúpula dos governantes em Mendoza, na Ar­­gen­­tina.

A decisão foi uma resposta à deposição do ex-presidente Fernando Lugo do poder pelo parlamento paraguaio, ato que foi visto como antidemocrático. A atual situação do país levanta dúvidas sobre o futuro nos blocos. O atual chefe de estado, Federico Franco, chegou a anunciar que, "se a Unasul nos expulsar, para mim seria um ganho".

Para a professora Larissa Ramina, do curso de Relaç­­ões Internacionais das Facul­­dades Integradas do Brasil (UniBrasil), as declarações do atual presidente são "discursos internos". "O Paraguai depende muito das relações econômicas do Mercosul e dos acordos da Unasul. Eles nem têm saída para o mar. Acredito que a fala [de Franco] é uma tentativa de legitimar o golpe de estado que o levou ao poder", diz.

Apesar de identificar a le­­gitimidade do novo governo,­­ Larissa não acredita que a população apoie as declarações do presidente. "Os empresários não vão se interessar em sair do Mercosul, pois muito do desenvolvimento da eco­­nomia paraguaia vem de acor­­dos econômicos de lá. Is­­so é ameaçado se o país dei­­­­xar o bloco", afirma.

"A crise no Paraguai é uma situação doméstica que teve uma repercussão desmedida, por parte da Unasul", observa Ludmila Culpi, professora de relações internacionais do Centro Universitário Uninter. "Mas isso não significa que Franco realmente vai sair do bloco. Seu país é fraco e tem poucas possibilidades de encontrar parceiros como os da América do Sul".

Ludmila diz que não se surpreendeu com a decisão dos líderes da Unasul, pois a rápida deposição de Lugo provocou um "abalo temporário" na credibilidade política paraguaia.

Juridicamente, no entanto, o país ainda faz parte dos dois blocos. E vai continuar assim até as próximas eleições presidenciais, como foi decidido em Mendoza.

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