A agência cultural da Organização das Nações Unidas decidirá nesta segunda-feira se concede ou não status de membro total aos palestinos no órgão, em uma votação que pode impulsionar a tentativa deles de serem reconhecidos como Estado perante a ONU.
A Unesco é a primeira agência da ONU em que os palestinos buscam integração como membro total desde que o presidente palestino, Mahmoud Abbas, entrou com o pedido de uma cadeira na ONU, em 23 de setembro.
Os Estados Unidos já disseram que vetariam a reivindicação palestina na ONU e também são os principais opositores, com Israel, aos pedidos de que os palestinos sejam membros totais da Unesco e de outros órgãos da ONU.
Mas os palestinos poderão integrar a Unesco se conseguirem apoio de dois terços dos 193 membros, independentemente do status dentro das Nações Unidas, onde atualmente eles são classificados como "entidade observadora".
O ministro de Relações Exteriores da Autoridade Palestina, Riyad al-Malki, disse no domingo que esperava obter o apoio necessário.
A Unesco informou que a votação na conferência geral em Paris deve acontecer no meio do dia, mas que levaria algum tempo.
Quarenta representantes do conselho de 58 membros votaram a favor de colocar a questão em votação no início do mês, com quatro deles - EUA, Alemanha, Romênia e Letônia - votando contra e 14 se abstendo.
Uma admissão será vista pelos palestinos como uma vitória moral na tentativa de obter a condição de membro pleno da ONU, mas teria um custo para a Unesco.
Dentro da lei norte-americana, a admissão dos palestinos como membro pleno da Unesco levaria a um corte no financiamento proveniente dos Estados Unidos, cuja contribuição representa 22 por cento da verba total da agência.