A União Africana (UA) pediu a seus membros que ignorem o mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o líder da Líbia, Muamar Kadafi. A UA afirmou que a ordem "complica seriamente os esforços para encontrar uma solução para a crise".
A agrupação de nações africanas recomendou na noite de sexta-feira que os países do continente membros do TPI não cumpram a ordem de prisão, em caso de visita de Kadafi a essas nações. Kadafi é procurado pelo TPI por crimes contra a humanidade, cometidos durante a repressão a protestos por mais democracia e contra seu governo na Líbia.
O presidente da Comissão da União Africana, Jean Ping, disse que o TPI é "discriminatório" e apenas apura crimes cometidos na África, enquanto ignora atrocidades de potências ocidentais no Iraque, Afeganistão e Paquistão. "Com isso em mente, recomendamos que os Estados membros não cooperem com a execução do mandado de prisão", afirma a moção aprovada. A UA tem 53 Estados membros.
"Este é um assunto líbio e precisa permanecer como um assunto líbio", afirmou o chefe de gabinete de Kadafi, Bashir Saleh. "Como podemos pedir a alguém para deixar sua própria casa?", questionou, comentando a pressão internacional para que Kadafi, no poder desde 1969, deixe o cargo. As informações são da Associated Press.
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