O Irã está chegando próximo ao ponto se de tornar capaz de montar um míssil com arma nuclear, mesmo que o regime de Teerã insista que o programa nuclear do país tem finalidades pacíficas, alertou nesta quarta-feira (24) a União Européia.

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Em comentários preparados para o grupo de dirigentes da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), a União Européia também dirá aos representantes de 35 países que aparentemente o Irã já teve um projeto nuclear no passado, embora também negue isso.

O comunicado foi divulgado nesta quarta, enquanto o grupo de dirigentes aborda o desafio nuclear do Irã. O grupo está preocupado com a recusa de Teerã em congelar seu projeto de enriquecimento de urânio, mesmo pressionada por três rodadas de sanções econômicas e políticas do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

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Os Estados Unidos, França, Grã-Bretanha e Alemanha se juntaram na pressão contra o Irã, acusando o país de obstruir investigações da AIEA sobre um suposto projeto nuclear desenvolvido no passado pela República Islâmica.

O Irã insiste que o país adequou suas instalações nucleares apenas para a produção de eletricidade. Mas Israel diz que a República Islâmica poderia ter material físsil suficiente para construir sua bomba. Os EUA afirmam, no entanto, que o Irã ainda está há dois anos de conseguir construir uma bomba atômica; alguns especialistas dizem que o Irã poderá, no entanto, atingir esse estágio apenas seis meses após enriquecer urânio.

Um relatório da AIEA preparado para o encontro dos diretores diz que o Irã incrementou o número de centrífugas usadas no processo de enriquecer urânio, para cerca de quatro mil, das três mil que tinha apenas há alguns meses.

Até agora, o Irã produziu cerca de mil libras de urânio com baixo enriquecimento, afirma o relatório - perto do que o especialista David Albright diz que seria necessário para fabricar uma bomba nuclear simples sob condições excelentes. Para tal, o Irã precisaria, diz Albright, ter produzido 1,5 mil libras, que por sua vez seriam capazes de fabricar entre 45 e 60 libras de urânio altamente enriquecido e processado para a arma nuclear.

Mas como as centrífugas do Irã estão funcionando cada vez mais rápido, elas "progridem em direção a essa capacidade e poderão alcançá-la num período entre seis meses dois anos", diz Albright Essa questão está no relatório preparado para os dirigentes da AIEA.

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De posse de uma bomba, os militares iranianos poderiam instalá-la em um míssil Shahab-3, que tem autonomia de dois mil quilômetros e poderia atingir Israel e grande parte do Oriente Médio, sugere o relatório.

Embora muitas informações ainda "precisem ser verificadas, o relatório exaustivo e detalhado da AIEA leva qualquer um a pensar que o Irã buscou sistematicamente um programa para adquirir uma bomba nuclear", disse o comunicado da UE.

Em outro comunicado, a missão do Irã na AIEA negou novamente qualquer cosia errada com o programa nuclear do país e sugeriu que a pressão européia faz parte de uma manobra americana.

Gregory L. Schulte, chefe delegado dos EUA na AIEA, notou que o Irã "se recusa a providenciar explicações consistentes para apoiar suas alegações de que todas as informações foram apenas invenções fabricadas". As informações são da Associated Press.

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