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Os governos da União Europeia (UE) concordaram nesta segunda-feira (21) em ampliar as sanções contra graduados funcionários e órgãos da Líbia. Além disso, congelaram ativos de 19 funcionários e ex-autoridades do Egito, entre elas o ex-presidente Hosni Mubarak.

Em uma série de decisões, a UE informou que estava ampliando o congelamento de ativos e a proibição para viagens contra a Líbia para mais 11 pessoas e nove entidades do país do norte africano. Os detalhes das medidas e os nomes dos afetados serão publicados no boletim oficial do bloco, amanhã, quando as sanções passam a valer.

A UE também anunciou que estava impondo um congelamento de ativos para "todos os fundos e recursos econômicos possuídos ou controlados por pessoas identificadas como responsáveis pela desapropriação de fundos do Estado egípcio". A UE afirmou que as medidas atingem 19 pessoas, incluindo Mubarak.

A UE também informou que estava ampliando um congelamento de ativos e a proibição a viagens para 19 funcionários da Bielo-Rússia.

Ataques

Forças ocidentais lançaram uma segunda onda de ataques aéreos sobre a Líbia entre a noite de domingo e a manhã desta segunda-feira (21), e autoridades em Trípoli disseram que um míssil disparado para matar Muamar Kadafi destruiu um edifício em seu complexo fortificado.

"Foi um bombardeio bárbaro", declarou o porta-voz do governo Mussa Ibrahim, mostrando estilhaços que disse serem do míssil. "Isto contradiz (as declarações dos) norte-americanos e ocidentais... de que não têm como objetivo atacar este local."

As forças do Ocidente não comentaram o ataque.

As primeiras ofensivas aéreas de sábado detiveram o avanço das forças de Kadafi sobre o bastião rebelde de Benghazi, no leste, e miraram as defesas aéreas líbias para permitir que aviões ocidentais patrulhem os céus do Estado produtor de petróleo do norte da África.

A segunda onda de ataques aéreos também atingiu as tropas de Kadafi nas cercanias de Ajdabiyah, cidade estratégica no desolado leste da Líbia que os rebeldes pretendem retomar e onde seus combatentes disseram necessitar de mais ajuda para enfrentar o inimigo.

"Se não tivermos mais ajuda do Ocidente, as forças de Kadafi vão nos comer vivos," disse o rebelde Nouh Musmari à Reuters.

A intervenção, autorizada pela ONU para proteger civis envoltos na revolta de um mês contra Kadafi, atraiu críticas do líder da Liga Árabe, Amr Moussa, que questionou a necessidade de bombardeios pesados, que disse ter matado muitos civis.

Moussa afirmou na segunda-feira, entretanto, que a Liga respeita a resolução da Organização das Nações Unidas, mas sublinhou a necessidade de proteger os civis.

Os Estados Unidos, que conduzem os ataques aéreos em uma coalizão com Grã-Bretanha, França, Itália e Canadá entre outros, disse que a campanha está funcionando e rejeitou o anúncio de cessar-fogo dos militares líbios na noite de domingo.

Ataques "durante algum tempo"

Henri Guaino, um dos assistentes mais próximos do presidente francês Nicolas Sarkozy, declarou que os ataques não objetivam derrubar o autocrata que governa a Líbia há 41 anos, mas afirmou à rádio RMC que devem durar "algum tempo."

O ministro da Defesa britânico disse que um de seus submarinos voltou a disparar mísseis Tomahawk como parte da segunda onda de ataques para aplicar a resolução da ONU, mas que uma missão aérea foi cancelada por causa da presença de civis na área a ser atingida.

O governo líbio pediu à população de cidades grandes e pequenas e tribos que se unam a uma marcha de Trípoli a Benghazi para "trocar pêsames,... anunciar o perdão... e em seguida podemos nos reunir como uma só família..."

A intervenção na Líbia é a maior contra um país árabe desde a invasão do Iraque em 2003.

A retirada do apoio árabe tornaria muito mais difícil levar adiante o que analistas de defesa dizem ser, em qualquer caso, uma campanha em aberto, difícil e com um desfecho incerto.

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