A suspensão da cúpula prevista para terça-feira, em Madri, entre Cuba e a União Europeia - principal parceira econômica da ilha - foi decidida pelos europeus como um sinal de protesto contra a falha do regime cubano em avançar na questão dos direitos fundamentais.
A reunião trataria exatamente de avanços no setor político e de direitos humanos. A Espanha, na presidência da UE, havia estabelecido como um de seus objetivos reformar a política do bloco com a ilha. Mas sofre duras pressões de Londres, Paris, Berlim e Praga para endurecer a posição em relação à repressão.
Hoje, 30% do comércio de Cuba de US$ 10 bilhões ao ano se faz com os europeus. As empresas da UE são ainda as maiores investidoras no país. Diplomaticamente, Madri anunciou que o evento seria postergado para algum momento no futuro. Mas deixou claro que não há sequer uma data para a cúpula. A esperança dos promotores do encontro era a de usar o evento como plataforma para mostrar que Cuba estaria disposta a flexibilizar sua atuação em relação a opositores do regime, promover a democracia e direitos humanos.
A crise começou quando a chefe da diplomacia europeia, a inglesa Catherine Ashton, optou por não comparecer ao encontro, em um sinal aos espanhóis de que o bloco estava insatisfeito com uma eventual aproximação. Oficialmente, porém, apenas disse que tinha "problemas de agenda".