Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia concordaram ontem em suspender o embargo ao fornecimento de armamentos aos rebeldes que lutam há mais de dois anos contra o regime do presidente da Síria Bashar al-Assad. Agora, os países que integram o bloco estão livres para decidir se enviam armas ou não aos insurgentes. Todas as sanções financeiras impostas ao país do Oriente Médio foram renovadas por mais um ano.
O fim do embargo foi confirmado pelo chanceler britânico, William Hague, por meio do Twitter, às 18h48 (horário de Brasília). Ele participa, ao lado dos demais chanceleres do bloco, de uma reunião sobre o tema em Bruxelas, capital da Bélgica. Hague enfatizou, no entanto, que não haviam sido tomadas decisões em relação ao envio efetivo de armamento ao país.
A medida era a defendida pelo Reino Unido e pela França, os únicos dois membros da UE que também integram o seleto grupo de membros permanentes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (CSNU). Enquanto o ministro das Relações Exteriores francês, Laurent Fabius, disse que as armas entregues aos rebeldes poderiam ser monitoradas, o chanceler britânico argumentou que o fornecimento de armas poderia ajudar a diminuir o número de mortos na Síria, que já chegou a 80 mil, de acordo com estimativas da ONU.
Vários países, entre eles a Áustria, a República Tcheca, a Finlândia e a Suécia, opuseram-se à proposta por medo de que as armas pudessem cair nas mãos de grupos extremistas islâmicos. Poucas horas antes do anúncio de Hague, o ministro de Relações Exteriores da Áustria, Michael Spindelegger, que liderava a oposição ao fim do embargo, havia afirmado que um acordo "não havia sido possível".