A União Européia (UE) prometeu nesta segunda-feira fazer uma generosa oferta de tecnologia, ajuda econômica e outros incentivos ao Irã, mas ressaltou que o país islâmico precisa antes atender às demandas da comunidade internacional, suspendendo algumas de suas atividades no setor nuclear.

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O bloco de 25 países-membros deseja apresentar ao governo iraniano uma oferta tentadora, a ser divulgada por volta do final do mês. Caso não acate o pacote, Teerã corre o risco de ver aumentar, na comunidade internacional, o apoio a uma resolução das Nações Unidas prevendo sanções.

- Esse será um pacote generoso, um pacote amplo que conterá questões relacionadas com aspectos nucleares, econômicos e, se necessário, de segurança - afirmou o chefe da política externa do bloco europeu, Javier Solana.

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Um esboço de declaração para o encontro desta segunda-feira foi obtido pela Reuters. Nele a UE diz que pode ajudar os iranianos a desenvolver um "programa civil para a área nuclear que seja seguro, sustentável e à prova de proliferação", ao mesmo tempo em que exige a suspensão das atividades de enriquecimento de urânio.

- Se eles (os iranianos) obedecerem, as pessoas vão trabalhar duro para ajudá-los a atingir suas verdadeiras necessidades, ou a necessidade declarada por eles, que é o acesso à energia nuclear - afirmou a chanceler da Grã-Bretanha, Margaret Beckett.

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse no domingo que o Irã não aceitaria nenhuma oferta da UE se ela incluísse a exigência de que o país suspenda o que chamou de atividades nucleares pacíficas.

Solana não divulgou detalhes sobre o pacote, mas disse que a UE desejava apresentá-lo ao país islâmico nas próximas semanas, junto com a aprovação de uma resolução da ONU exigindo que o governo iraniano suspenda o enriquecimento de urânio sob pena de ser punido.

As negociações para se alcançar um acordo sobre a resolução chegaram a um impasse na semana passada no Conselho de Segurança da ONU, devido à oposição da Rússia e da China.

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O Irã, quarto maior exportador de petróleo do mundo, insiste que seus planos no setor nuclear visam apenas à produção de energia.

Segundo Solana, a afirmação do governo iraniano de que rejeitará qualquer oferta contendo a exigência de suspensão de atividades no setor nuclear era resultado de um engano de interpretação sobre a postura da UE.

- Dissemos várias e várias vezes que não termos nada contra a atuação do Irã no setor nuclear se o país devotar-se exclusivamente à produção de energia - acrescentou.

Mas a exigência dos iranianos de ter permissão para realizar pesquisas com o enriquecimento de urânio continuava a ser "algo que, neste momento, nós (do bloco europeu) não podemos aceitar", afirmou.

Os EUA deixaram claro no domingo que não têm intenção de realizar negociações diretas com o Irã a respeito da questão nuclear, apesar da carta enviada ao presidente americano por Ahmadinejad na semana passada - a primeira comunicação direta entre os líderes dos dois países há mais de duas décadas.

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A Alemanha pediu publicamente aos EUA que entre em contato com o Irã. A França e a Grã-Bretanha, as duas outras grandes potências da UE, uniram-se aos alemães no apelo.

- Essa é uma questão para os EUA e para o Irã - afirmou Beckett. - O importante é que haja uma mensagem clara, forte e consistente vinda da comunidade internacional.

O ministro francês das Relações Exteriores, Philippe Douste-Blazy, que não compareceu ao encontro da UE sobre o Irã para articipar de um evento cultural em Paris, disse a repórteres:

- A melhor das soluções, e hoje a única das soluções, é de natureza diplomática.

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