Os ministros da União Europeia não conseguiram nesta segunda-feira (14) encerrar um impasse sobre a divisão das responsabilidades para a concessão de abrigo a uma parcela das centenas de milhares de pessoas que têm chegado à Europa em busca de asilo este ano, deixando em dúvida a possibilidade de um acordo definitivo.
Não, a Alemanha não mudou de ideia!
Veja o artigo do professor Eduardo Saldanha
Leia a matéria completaA ferrenha oposição de um grupo de ex-Estados comunistas bloquearam os esforços de Alemanha e França para garantir um entendimento sobre uma proposta da Comissão Europeia de realocar 120 mil pessoas de países fronteiriços do continente para outras nações, em cumprimento a cotas nacionais obrigatórias.
Depois de seis horas de discussões, os ministros desistiram de chegar a uma decisão, alegando ter esperanças de chegar a um acordo para encontrar lugar para abrigar os imigrantes durante uma outra reunião, em 8 de outubro.
As autoridades disseram que Hungria e Eslováquia lideraram a resistência aos apelos para que aceitassem um novo sistema de cotas para receber um número mais elevado de solicitantes de asilo. Ambos os países alegaram a observância de um outro acordo legal que prevê a realocação de 40 mil pessoas para países que voluntariamente aceitem recebê-los.
Eles argumentaram que tais esquemas podem atrair ainda mais imigrantes e levar a maiores movimentações em massa com o potencial de ameaçar o sistema de fronteiras abertas da Europa.
“Nós não encontramos o acordo que queríamos”, disse o comissário de migração da UE, Dimitris Avramopoulos, a jornalistas. “A maior parte dos Estados membros estão prontos para seguir adiante. Mas não todos.”
Os representantes dos países demonstraram irritação em relação aos desentendimentos, num dia em que a Alemanha tomou uma decisão que pode gerar um efeito dominó e ameaçar a sobrevivência da celebrada zona Schengen de fronteiras abertas. Os alemães decidiram voltar a impor o controle na fronteira com a Áustria, visando a supervisionar o fluxo de refugiados.
Os ministros, no entanto, concordaram em aumentar o número de agentes e recursos financeiros utilizados no controle das fronteiras externas, assim como em auxiliar a agência de refugiados da ONU, a Turquia e outros Estados em abrigar os milhões de sírios que fogem da guerra civil.
Mais refugiados devem ser transportados diretamente do Oriente Médio, disseram as autoridades, poupando-os de ameaçarem suas vidas em travessias perigosas e impedindo a ação de traficantes de seres humanos.