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Tráfico de mulheres

União Europeia tem 140 mil “escravas sexuais”, diz ONU

Veja mapa com o fluxo do tráfico humano |
Veja mapa com o fluxo do tráfico humano (Foto: )

Um relatório divulgado ontem pela agência da ONU para drogas e crime, a Unodc, revela que 140 mil mulheres são obrigadas atualmente a trabalhar no mercado do sexo de países da União Europeia.

Segundo o documento "O Trá­­fico de Pessoas para a Europa para Exploração Sexual", cerca de 70 mil mulheres são vítimas de tráfico sexual para a Europa Ocidental anualmente.

O diretor-executivo da Unodc, Antonio Maria Costa, divulgou o relatório na Espanha para coincidir com o lançamento da campanha internacional Coração Azul de combate ao tráfico de pessoas.

"Os europeus acreditam que a escravidão foi abolida há centenas de anos. Mas olhem em volta – os escravos estão em nosso entorno. Precisamos fazer mais para reduzir a demanda por produtos feitos por escravos e por meio da exploração", disse Costa.

Origens

A região dos Bálcãs é apontada no documento como a principal origem das mulheres traficadas para a Europa Ocidental (32% do total). Os países do ex-bloco soviético (19%) vêm em seguida, mas foi registrado um aumento no número de mulheres brasileiras traficadas (as sul-americanas são 13% do total).

De acordo com a organização, a maioria das vítimas brasileiras de tráfico sexual para a Europa são originárias de regiões pobres no norte do país, principalmente nos estados do Amazonas, do Pará, de Roraima e do Amapá. As vítimas sul-americanas (principalmente do Brasil e do Paraguai) são traficadas principalmente pa­­ra Espanha, Itália, Portugal, Fran­­ça, Holanda, Alemanha, Áustria e Suíça.

Dados do governo de Portugal, divulgados na semana passada, mostram que as brasileiras são 40% das mulheres traficadas no país. Na Espanha, segundo o le­­vantamento da ONU, o número de vítimas brasileiras e paraguaias ultrapassou desde 2003 o de vítimas colombianas, antes majoritárias no país.

"Novatas"

A agência da ONU estima que o mercado tem uma renovação em média a cada dois anos, levando ao número de 70 mil no­­vas vítimas a cada ano para substituir as que conseguem deixar a condição.

O documento das Nações Uni­­das, porém, questiona alguns nú­­meros de pesquisas sobre o tema. O documento cita uma estimativa de 700 mil mulheres trabalhando como prostitutas na Europa Oci­­dental (incluindo as que trabalham sem coerção).

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