"Eu sou Nuer, mas não sou uma tribo, sou sul-sudanesa. Conheço a capacidade de resistência das tribos, mas acredito que, quando os sul-sudaneses se unem nossa capacidade determinação é maior do que aquilo que nos divide. Juntamente com outros modelos do Sudão do Sul, que representam várias tribos, faço parte de uma campanha para mostrar em escala mundial que a tribo de onde você vem não importa. Esperemos que isto mostre a unidade e orgulho que devemos ter em nós mesmos; a paz que pode ser criada se acabarmos com as nossas armas e hostilidades antigas. Nós não somos Nuer ou Dinka, somos do Sudão do Sul, somos do Nilo."
A mensagem corajosa foi divulgada pela supermodelo Nykhor Paul, que aderiu a uma campanha, junto a outros sul-sudaneses, para atrair a atenção para o país - onde na semana passada a ONU denunciou um massacre étnico que matou pelo menos 200 civis. Ainda criança, Nykhor fugiu do Sudão para um campo de refugiados da Etiópia. Em 1998, aos 9 anos, emigrou para os Estados Unidos e acabou sendo adotada por uma família norte-americana, em Nebraska.
Ela e outros africanos foram fotografados por Mike Mellia, conceituado fotógrafo norte-americano que tem uma galeria de arte em Nova York. O objetivo da exposição é aumentar a conscientização sobre a guerra que está acontecendo no país. A modelo Ajak Deng, que fugiu com sete irmãos do país e perdeu a mãe pela malária; e o ator Ger Duany, ex-criança-soldado e hoje responsável por uma ONG no país, também aderiram à campanha.
Estudantes, pensadores políticos e outros sul-sudaneses participaram da sessão de fotos, que está sendo exibida na cidade norte-americana.
"Quero informar a juventude e o mundo sobre a situação que é tão importante e tem paralelos com o genocídio que ocorreu em Ruanda. A luta é entre as tribos, as duas maiores, Dinka e Nuer. O Sudão do Sul vem lutando há anos por sua independência do norte e voltar a este tipo de conflito contra si mesmo é desanimador e trágico", explica Nykhor. "Eles precisam entender que o mundo é maior do que suas tribos. Quando eu viajo pelo mundo, para Paris, Alemanha onde for, as pessoas só percebem que eu sou uma menina alta, de pele escura e se perguntam 'Você é do Sudão?' Eu não tenho de mencionar a minha tribo, eles realmente não se importam com isso."
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