Poucas horas antes do fim de um prazo estabelecido pelo governo dos Estados Unidos, a Universidade de Columbia, de Nova York, informou nesta sexta-feira (21) que vai cumprir uma série de medidas exigidas pela gestão Donald Trump para que não deixe de receber repasses do governo federal americano.
Na semana passada, o governo Trump havia enviado uma carta à direção da Columbia exigindo que a universidade colocasse imediatamente seu Departamento de Estudos do Oriente Médio, Sul da Ásia e África sob “intervenção acadêmica [externa] por um período mínimo de cinco anos”.
O comunicado também exigia outras mudanças, como que a instituição proibisse máscaras no campus que sejam destinadas a esconder a identidade do usuário “ou intimidar outras pessoas”, adotasse uma nova “definição” de antissemitismo e revogasse seus atuais processos disciplinares para alunos.
Segundo informações da agência Reuters, em um memorando enviado nesta sexta-feira, a Columbia disse concordar com as medidas citadas e que vai contratar mais de 30 funcionários com poder de prisão no campus e revisar políticas antidiscriminação, incluindo a autoridade para impor sanções a organizações do campus.
A respeito da intervenção no Departamento de Estudos do Oriente Médio, Sul da Ásia e África, a universidade informou que nomeará um administrador sênior externo para revisar o currículo e o corpo docente, para garantir que sejam “equilibrados” e “estabelecer uma nova liderança no departamento”.
A Columbia acrescentou que está procurando novos nomes para seu corpo docente para “garantir a diversidade intelectual”, inclusive para preencher cargos no Instituto de Estudos Israelenses e Judaicos e na escola de relações internacionais, em um esforço para garantir “excelência e justiça nos estudos do Oriente Médio”, apontou o memorando.
No último dia 7, o governo dos EUA anunciou o cancelamento de repasses somando aproximadamente US$ 400 milhões para a Columbia, relativos a subsídios e contratos federais, alegando “contínua inação da instituição diante do assédio persistente a estudantes judeus”.
A Columbia atualmente detém mais de US$ 5 bilhões em compromissos de subsídios federais, segundo a gestão Trump. Depois da suspensão dos US$ 400 milhões, o governo dos Estados Unidos deu o ultimato estabelecendo as medidas a serem adotadas para que todo o financiamento federal à universidade não fosse cortado.
No mesmo dia em que a gestão Trump enviou a carta impondo as condições, a universidade anunciou que expulsou ou suspendeu estudantes que ocuparam o Hamilton Hall, um dos prédios da instituição, durante protestos contra Israel em abril de 2024.
A universidade também revogou temporariamente os diplomas de outros estudantes que se formaram desde a manifestação, motivada pela guerra de Israel contra o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza.
Este mês, agentes de imigração prenderam o ativista palestino Mahmoud Khalil, um dos coordenadores dos protestos contra Israel em Columbia e que era estudante da universidade e se formou em dezembro.