Uma universidade iraniana convidou o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, para uma visita e uma discussão sobre temas como terrorismo, direitos humanos e Holocausto, uma semana depois da visita do presidente do Irã a uma universidade nova-iorquina. O convite a Bush para um bate-papo com alunos e professores partiu da Universidade Ferdowsi, de Mashhad, nordeste do Irã, segundo a agência de notícias Fars.
A imprensa e os políticos iranianos reagiram com indignação à má recepção dispensada pela Universidade Columbia ao presidente Mahmoud Ahmadinejad em 24 de setembro.
Ao apresentar o visitante, o reitor Lee Bollinger chamou-o de "ditador insignificante e cruel", autor de declarações "ousadamente provocativas ou chocantemente desinformadas" contrariando a ocorrência do Holocausto.
- A declaração lida é um insulto ao conhecimento deste auditório - disse Ahmadinejad no começo de seu discurso, no qual lamentou o fato de o tempo dedicado à leitura do texto ter sido "maior" que o concedido a ele para falar, após o que foi fortemente aplaudido por parte do auditório.
Perguntado sobre o abuso às mulheres e aos homossexuais no Irã, Ahmadinejad disse:
- Nós não temos homossexuais no Irã. Não sei quem falou para vocês que tínhamos - respondeu o iraniano, acrescentando que as iranianas têm liberdade.
O convite para falar em Columbia gerou grande polêmica nos EUA. O Departamento de Estado americano classifica o Irã como um Estado que patrocina o terror, e Ahmadinejad já comentou que o Holocausto é um "mito" e exortou que Israel seja destruído. Columbia resistiu às pressões e manteve o convite. O reitor da renomada universidade, John Coatsworth, chegou a dizer que permitiria que Adolf Hitler também falasse em fórum semelhante na instituição de ensino.
A imprensa iraniana tratou a visita de Ahmadinejad a Nova York, inclusive seu pronunciamento à Assembléia Geral da ONU, como um sucesso.
Os EUA acusam o Irã de desenvolver armas nucleares, de patrocinar o terrorismo no Oriente Médio e de desestabilizar o vizinho Iraque. Teerã nega todas as acusações, mas já está sob sanções da ONU devido à sua recusa em suspender seu programa nuclear, que o país diz ser pacífico.
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