A eleição no Paraguai, país que passou por um processo de impeachment presidencial há nove meses, atraiu mais de 300 observadores internacionais. Em meio a representantes da Organização dos Estados Americanos (OEA), União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e União Europeia (UE), estão em Assunção 14 alunos da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila). Eles acompanham passo a passo o pleito que levará amanhã cerca de 3,5 milhões de paraguaios às urnas.
Credenciados como observadores junto ao Tribunal Eleitoral Superior de Justiça Eleitoral (TSJE), os estudantes integram um projeto de Observação Eleitoral criado na universidade este ano. Com sede em Foz do Iguaçu, fronteira com Ciudad del Este, a Unila reúne estudantes de diferentes nacionalidades da América Latina e atua com o foco na integração.
Integram o grupo seis brasileiros, além de uruguaios, chilenos, bolivianos e paraguaios, todos alunos de relações internacionais e ciências políticas. Antes da viagem, os universitários fizeram uma imersão na política e legislação eleitoral paraguaia.
Estudante da Relações Internacionais, a uruguaia Nastasia Barcelõ, 24 anos, conta que esta é a primeira experiência do grupo, que pretende acompanhar outros pleitos latino-americanos. A iniciativa surgiu após um convite feito pela Casa da Juventude movimento político juvenil paraguaio.
Para o estudante cearense Chico Denis, 22 anos, o projeto é importante porque agrega experiência e se constituiu de oportunidade para conhecer melhor o Paraguai. "Assim entendemos o país e a sociedade no contexto eleitoral", diz.
O coordenador do projeto, professor Jaime Benvenutto, acompanha os alunos em Assunção. Ele explica que a observação eleitoral é uma prática que ocorre sobretudo em democracias jovens, a exemplo do Paraguai, país que viveu uma ditadura entre 1954-1989.
O trabalho de observação consiste em conversar com a população, movimentos sociais, organizações não-governamentais e também dialogar com outros observadores. "Vamos fazer uma observação da legalidade do processo", ressalta.
As informações colhidas serão registradas e analisadas em uma segunda etapa.
Concorrem às eleições gerais do Paraguai 11 candidatos à presidência. A disputa está polarizada entre Horacio Cartes (Partido Colorado) e Efraín Alegre (Partido Liberal Radical Autêntico -PLRA). O terceiro mais cotado é o jornalista Mario Ferreira, da coligação Avanza País.
Em junho de 2012, o ex-bispo Fernando Lugo, então presidente do Paraguai, sofreu um processo de impeachment por mau desempenho das funções. No lugar dele assumiu o vice, Federico Franco do PLRA.
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