• Carregando...

O cronograma da libertação de dois reféns das Farc, previstas para segunda-feira (2) e quarta-feira (4), foi alterado por conta da decisão do presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, de proibir a participação da comissão civil que ajuda a negociar os resgates, disse nesta segunda-feira (2) Iván Cepeda, um dos membros da comissão.

No domingo, uma operação coordenada pela Cruz Vermelha Internacional e pela comissão liderada pela senadora oposicionista Piedad Córdoba resultou na libertação dos policiais Alexis Torres, Juan Fernando Galicia e José Walter Lozano e do militar William Domínguez, que estavam sequestrados desde 2007.

A operação teve apoio logístico do Brasil, com dois helicópteros e 18 militares fornecidos pelo Exército brasileiro.

A guerrilha também prometeu libertar os políticos Alan Jara e Sigifredo López. "O governo não pode permitir que o terrorismo continue fazendo fetas com a dor dos sequestrados e suas famílias", argumentou Uribe em um pronunciamento na casa de Nariño, sede presidencial, onde recebeu durante a madrugada desta segunda os quatro militares libertados no dia anterior.

"Em consequência, se autoriza exclusivamente o Comitê Internacional da Cruz Vermelha e seu apoio logístico concedido pela República do Brasil para continuar com esta operação, o que é suficiente para um ato humanitário", disse.

Uribe, que admitiu a realização de voos da Força Aérea colombiana na zona onde foi realizada a libertação dos quatro reféns, afirmou que os mesmos "respeitaram as alturas mínimas na área autorizada" e assegurou que não houve operações militares ofensivas.

O jornalista colombiano Jorge Enrique Botero, membro da 'Colombianos pela Paz', denunciou que aeronaves militares seguiram os helicóptero que o governo brasileiro disponibilizou para o CICV pegar os três policiais e um militar libertados.

No entanto, o presidente colombiano afirmou que "o governo, por solidariedade aos sequestrados e suas famílias, facilitou desde o início este processo de libertação". "O governo cumpriu com o que foi oferecido", destacou.

Uribe também agradeceu ao Brasil pelo apoio logístico dado à Cruz Vermelha.

No domingo, o helicóptero brasileiro com os quatro reféns colombianos libertados pela guerrilha pousou às 18H56 (23H56 GMT, 21H56 de Brasília) no aeroporto Vanguardia da cidade de Villavicencio, 90 km a sudeste de Bogotá.

Os reféns desceram da aeronave e levantaram as mãos para saudar os membros do grupo "Colombianos pela Paz" que os receberam com flores na pista iluminadada do terminal.

A aeronave pousou em Villavicencio quase 11 horas depois de ter decolado com quatro integrantes da comissão e da Cruz Vermelha.

As Farc anunciaram em dezembro que libertariam o ex-governador de Meta Alan Jara (sequestrado em 2001) e o ex-deputado de Valle del Cauca Sigifredo López (em cativeiro desde 2002), assim como três policiais e um militar.

Se as duas outras libertações se confirmarem, serão 6 reféns livres entre os mais de 700 que se estima ainda estejam em poder das Farc, e que elas pretendem trocar por integrantes presos.

Livres

Os três policiais e um soldados foram resgatados após uma operação neste domingo em uma região não divulgada na selva colombiana. A ação contou com a colaboração de helicópteros e tripulantes brasileiros. Nas aeronaves estavam a senadora colombiana Piedad Córdoba, três delegados da Cruz Vermelha e três testemunhas de Florença, capital do departamento de Caquetá.

Para garantir o sucesso das operações, o Exército da Colômbia iria paralisar as operações por 36 horas em uma ampla área do sul do país, uma decisão que comprometeria 17 mil militares que patrulham os departamentos de Caquetá, Putumayo e Amazonas, este último nas fronteiras com Brasil e Peru.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]