Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Violência

Uribe determina “caça” às Farc

Colombianos participam do velório do governador Francisco Cuéllar: crime reacende clima de guerra no país | Guillermo Legaria/AFP
Colombianos participam do velório do governador Francisco Cuéllar: crime reacende clima de guerra no país (Foto: Guillermo Legaria/AFP)

O presidente colombiano, Álvaro Uribe, prometeu ontem perseguir os responsáveis pela morte do governador de Ca­­quetá, Luis Francisco Cuéllar, atribuída às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) pelo governo de Bogotá.

"Demos instruções para que a operação militar adotada para resgatar o governador se mantenha para capturar os responsáveis por seu assassinato", disse Uribe.

Segundo o presidente, os US$ 500 mil oferecidos por informações sobre o paradeiro de Cuéllar agora serão entregues a quem ajudar a capturar seus assassinos – que pertenceriam ao comando Teófilo Forero das Farc e teriam codinomes como "Huevo", "Va­­lencia" e "Guevara". "Avan­­ça­­re­mos com perseverança na derrota do terrorismo para livrar desse pe­­sadelo as novas gerações de colombianos", disse Uribe.

Na noite de segunda-feira, dez homens armados invadiram com a ajuda de explosivos a casa de Cuéllar e o levaram em uma caminhonete. O veículo foi en­­contrado queimado numa zona rural de Florencia, capital de Caquetá, e, horas mais tarde, seu corpo apareceu, com ferimentos e cercado de explosivos.

Segundo autoridades colombianas, o que matou o governador foi um corte no pescoço, provocado por um machado. "Não dispararam contra ele, mas o degolaram para evitar barulho, porque já intuíam a operação das nossas Forças Armadas (na área)." A família do governador acredita que ele foi executado por ter se recusado a caminhar na selva (Cuéllar tinha problema num dos joelhos).

Eleição

O sequestro seguido de morte do governador na Colômbia marca a tentativa da guerrilha de mostrar força após importantes derrotas e, com isso, influir no debate pré-eleitoral no país. A avaliação é de analistas, que dizem que a ação pode ser um tiro pela culatra, por fortalecer a política de linha-dura contra as guerrilhas responsáveis por grande parte da aprovação de 80% a Uribe. O presidente colombiano ambiciona, mediante reforma constitucional, concorrer ao terceiro mandato em maio de 2010.

Carlos Velásquez, que dá aulas sobre o conflito armado na Universidade de La Sabana, diz que a radicalização das Farc beneficia Uribe num momento de disputa eleitoral, por justificar sua posição intransigente, mas é prejudicial no médio prazo "por colocar o país em um beco sem saída".

Use este espaço apenas para a comunicação de erros