A Corte Constitucional da Colômbia enterrou ontem a possibilidade de o presidente Álvaro Uribe se candidatar a um terceiro mandato, em maio. Depois de sete horas de debate, a proposta de realização de um referendo foi considerada inconstitucional por sete dos nove juízes da corte. Não cabe recurso à decisão.
Até às 22h30 (horário de Brasília) de ontem Uribe ainda não havia comentado o resultado oficial, mas afirmara mais cedo que acataria o que fosse decidido pela máxima instância da justiça colombiana para assuntos constitucionais.
Com isso, inexiste agora a possibilidade de Uribe buscar nas urnas um terceiro mandato consecutivo como presidente da Colômbia.
Uribe nunca disse oficialmente que gostaria de candidatar-se nas eleições de maio, mas sempre defendeu a necessidade de dar continuidade a sua política de "segurança democrática", à qual se atribuem a redução dos sequestros e homicídios, além da ação de guerrilheiros e paramilitares.
Eleito em 2002, ele tentou aprovar a primeira reeleição em referendo no ano seguinte. Foi derrotado, mas não desistiu em 2004 o projeto passou como emenda constitucional no Congresso.
Seu segundo mandato começou em 2006 e foi marcado por altos índices de popularidade, apesar de uma série de escândalos. Uribe chegou a ter 92% de aprovação em 2008, mas hoje tem pouco mais de 60%.
O analista político Alfredo Rangel, próximo do uribismo, disse ontem não acreditar que Uribe aponte um herdeiro: "É uma questão aberta. Não vejo que Uribe se sinta completamente identificado com uma única liderança.
Estudo recente da empresa Datexco, publicado pelo jornal El Tiempo, aponta que, em cenários sem Uribe, os mais bem posicionados são o ex-ministro da Defesa Juan Manuel Santos, do uribista Partido Social da Unidade Nacional (Partido de la U), e o ex-prefeito de Medellín Sergio Fajardo, independente "nem uribista nem não uribista.
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