O governo do Uruguai deu na terça-feira mais um passo em direção a um acordo comercial com a China ao se reunir com todos os partidos políticos representados no parlamento para informá-los da ideia de continuar buscando acordos bilaterais, apesar dos desacordos no Mercosul.
A Presidência uruguaia relatou as negociações em um comunicado no qual afirma que o chefe de Estado, Luis Lacalle Pou, recebeu os representantes da coalizão governamental na Torre Executiva, a sede do Poder Executivo: o Partido Nacional, o Partido Colorado, o Cabildo Abierto, o Partido Independente e o Partido do Povo.
Também estiveram no encontro representantes das demais legendas, incluindo a Frente Ampla, que governou o Uruguai por 15 anos até 2020 e agora é a principal formação de oposição.
A China é o principal parceiro comercial do país e, de fato, o último relatório da União de Exportadores do Uruguai afirma que o gigante asiático é o principal destino das exportações uruguaias, respondendo por 26,21%.
"O presidente e o governo nacional expressaram em diferentes instâncias a vocação aberta do Uruguai e a necessidade de concluir acordos comerciais com o objetivo de gerar oportunidades de progresso para o país", destaca o documento.
Da mesma forma, a Presidência lembra no comunicado que, durante a cúpula dos Chefes de Estado do (Mercosul), em 8 de julho, Lacalle Pou reafirmou sua intenção de que o Uruguai negociaria por conta própria com outros países, apesar da relutância de outros membros do bloco, principalmente a Argentina.
A intenção de flexibilizar o Mercosul para permitir acordos fora do bloco foi proposta pelo Uruguai há vários meses e até provocou desacordos entre Lacalle Pou e o presidente argentino, Alberto Fernández.
O chefe de governo uruguaio até mesmo afirmou há algum tempo que o Mercosul não deveria ser um "fardo" para os parceiros da união e, portanto, se um parceiro quer avançar em uma negociação comercial e os outros não, isso deveria ser permitido a fim de expandir o mercado.
Além de tornar o bloco mais flexível para que os países possam negociar por conta própria com outras nações ou grupos, o Uruguai também apoia a intenção do Brasil de baixar a tarifa externa comum.
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