O Uruguai, país pequeno, de tradição agropecuária e pouca importância no cenário global, passou a despertar maiores atenções neste momento, quando Washington e importantes líderes latino-americanos disputam influência regional.
Quando o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, chegar na sexta-feira em Montevidéu, ele será o segundo líder de uma nação de grande porte a visitar o país de 3,3 milhões de pessoas, em semanas. O primeiro foi o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
``Parece que a importância do Uruguai tomou um tamanho maior do que a real'', afirmou Adriana Raga, uma analista do instituto de pesquisas Cifra, em Montevidéu.
O presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, cujo governo moderado contrasta com os elogios que fazia à Cuba e às suas críticas contra Washington, receberá Bush, que busca criar laços numa região em que é muito impopular.
O governo Bush também procura intensificar os seus esforços em favor de acordos de livre comércio bilaterais com países latino-americanos. Ele fez uma proposta ao Uruguai, e Vázquez mostrou que poderia se interessar pela oferta.
Tal fato irritou países do Mercosul, dominado por Brasil, Argentina e, agora, Venezuela. O Mercosul proíbe tratados bilaterais, pois o bloco deve negociar temas comerciais de forma integrada. Segundo alguns analistas, uma aliança entre Washington e Montevidéu poderia enfraquecer o bloco sul-americano.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, crítico de Washington, também buscando aumentar a sua influência regional, fornece ao Uruguai petróleo subsidiado e tenta aumentar a cooperação entre as companhias estatais do setor dos dois países.
Desde que assumiu a presidência no Uruguai, Vázquez tem optado por um caminho moderado, a exemplo de Lula e da presidente do Chile, Michelle Bachelet. A possibilidade de um acordo com os Estados Unidos, porém, gerou divisões na coalizão de governo uruguaio.
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