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América do Sul

Uruguai insiste na abertura do Mercosul e reafirma que pode fazer sozinho acordo com a China

O presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, em coletiva de imprensa realizada em junho em Montevidéu (Foto: EFE/Alex Gutiérrez Páez)

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O presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, voltou a defender nesta terça-feira (4) perante os parceiros do Mercosul o início das negociações com a China para um acordo comercial em bloco e advertiu que, do contrário, irá fazê-lo de forma unilateral.

"Tanto se enche o jarro de água, que no final, ele quebra. Nós vamos insistir em buscar água, porque não é caprichosa a abordagem do Uruguai, dentro ou fora do Mercosul", disse o presidente uruguaio durante a reunião de chefes de Estado do bloco realizada em Puerto Iguazú, na Argentina.

Em seu discurso, Lacalle Pou reforçou a necessidade de uma flexibilização do Mercosul e uma "abertura para o mundo" de forma conjunta.

"Não somos estúpidos. É melhor fazer junto", completou o uruguaio, que disse se preocupar com a falta de movimento do bloco.

Lacalle Pou voltou a mencionar seu desejo de iniciar diálogos com a China para um acordo comercial conjunto, mas lamentou a falta de avanço nessa direção.

"Se não pudermos fazer dessa maneira, iremos fazer unilateralmente", garantiu.

O Uruguai avançou e concluiu um estudo de viabilidade conjunta para um acordo de livre-comércio unilateral com a China, o que não é permitido pelas regras do Mercosul e, além disso, é rechaçado pelos outros três aliados do bloco.

Apesar desta falta de aval, o Uruguai iniciou conversas com a China, mas o país asiático comunicou em abril que preferia avançar na negociação junto com os demais países do Mercosul.

Em 1º de janeiro deste ano, ao assumir o cargo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu a Lacalle Pou que apoiará a abertura de diálogo com a China, mas apenas quando for concluída a negociação comercial em curso com a União Europeia (UE).

Nesta terça-feira, o presidente uruguaio manifestou “pessimismo” sobre um acordo com a UE, que está sendo negociado há 25 anos.

“Isso não é lógico no mundo moderno. Sabemos o que temos a favor e contra. Vamos acabar com os obstáculos para poder concluí-lo”, pediu Lacalle Pou.

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