Opinião
Quais as consequências possíveis da legalização da maconha?
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O presidente do Uruguai, José Mujica, disse que o país não vai se tornar um paraíso de consumidores de maconha. O comentário veio após a Câmara dos Deputados aprovar por estreita margem (50 votos a 46) na noite de quarta-feira a legalização do cultivo e venda da droga. A oposição boicotou a votação, que se estendeu por 13 horas.
O projeto, que ainda precisa passar pelo Senado, vai além da política holandesa de despenalização e cria um órgão governamental para regularizar as vendas legais e os clubes públicos para o consumo e monitorar o consumo de maconha pelos uruguaios.
Para evitar que o país passe a atrair turistas por causa da droga, só cidadãos uruguaios serão autorizados a usar maconha. O consumo da maconha já é legal no país, mas a venda e o cultivo não são.
Mujica, defensor convicto da medida, disse que "ninguém deve pensar que, com essa lei, vamos criar desordem ou encorajar o consumo".
Em um programa de rádio, o presidente disse ontem que "em nenhum lugar do mundo a repressão gerou resultados". "Sabemos que estamos iniciando um experimento de vanguarda mundial", disse.
Mujica explicou que já foi fumante de tabaco e que toma "uma bebida de vez em quando", mas que nunca experimentou maconha.
"Sou velho... mas percebi que essa é a vida dessa juventude o consumo está aí nas esquinas e é produzido em um mercado clandestino com regras ferozes. É um monopólio da máfia", disse.
Uma pesquisa recente mostrou que 63% dos uruguaios são contra a medida. Baseada nessa informação, a oposição, que é contra a legalização da maconha, deu início ontem a uma campanha para que se faça um referendo sobre o assunto.
O deputado Gustavo Borsari, do Partido Nacional, disse não estar de acordo com o papel do Estado no mercado da maconha e disse que vai convocar um referendo. A opinião é compartilhada pelo deputado Richard Sander, do Partido Colorado.
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