Uruguai restituiu os privilégios militares e promoveu a general um oficial expulso do Exército durante a ditadura (1973-1985) por ser homossexual, revelou nesta terça-feira o ministro da Defesa Eleuterio Fernández Huidobro, em um encontro com associações homossexuais.

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O ministro, ex-guerrilheiro tupamaro companheiro de prisão do presidente José Mujica, disse que o caso aconteceu pouco antes de assumir o cargo de ministro em julho de 2011.

Omar Salsamendi, presidente da Associação de Famílias LGBT e Homoparentais do Uruguai, disse que o agora general está vivo, reformado, e está exilado fora do Uruguai desde que sofreu a "baixa desonrosa" da corporação.

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"O ministro destacou que o militar tinha uma ficha irrepreensível e uma atividade destacável. Além disso, era um militar legalista que lutou contra a guerrilha tupamara que ele mesmo integrou", acrescentou Salsamendi.

O ministro apontou que sua decisão serviu para que o militar tivesse seu salário reintegrado, o grau e suas honras, assim como a previdência, que tinha perdido por ter sido expulso da corporação.

O ministro disse aos homossexuais que "respeita e avalia" sua luta contra decisões "injustas e discriminatórias" como as que levaram à expulsão do militar agora promovido a general.

Para a Associação de Famílias LGBT, esta decisão do ministro permitiu sanar uma "terrível injustiça" já que "os indivíduos se destacam por sua ação, dedicação, entrega e trabalho" não condicionados pela "orientação sexual ou identidade de gênero" da pessoa.

Fernández Huidobro se comprometeu a ordenar às Forças Armadas que elaborem um relatório sobre o cumprimento efetivo do decreto assinado em 2009 pelo então presidente Tabaré Vazquez que habilitou o ingresso de homossexuais em suas fileiras.

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