A terceira maior operadora de energia do Japão concordou ontem em fechar a usina nuclear de Hamaoka até que consiga melhorar a estrutura de segurança contra tsunamis como o ocorrido em 11 de março, detonador da pior crise atômica global em 25 anos.
A medida de fechar a usina Hamaoka, operada pela Chubu Electric Power, localizada 200 quilômetros a sudoeste de Tóquio e considerada uma das mais perigosas do país, ocorre após um inesperado apelo público do primeiro-ministro, Naoto Kan.
O pedido para o fechamento aponta para uma mudança na política energética depois do desastre envolvendo a usina de Fukushima Daiichi, no nordeste do país. Ela foi danificada por um tsunami gigante causado por um dos maiores terremotos já registrados, ambos ocorridos em 11 de março.
A empresa afirmou que pode recolocar a usina em funcionamento assim que um muro contra tsunamis e outras medidas de segurança sejam aprovadas pelas autoridades. Isso pode levar dois anos, aumentando o risco de falta de eletricidade, o que já era uma ameaça após o fechamento da usina de Fukushima.
Longo prazo
"Interrompendo os trabalhos na usina nuclear de Hamaoka, estamos causando um grande problema a curto prazo não apenas para aqueles da região da usina, mas também a muitos outros, incluindo nossos clientes e acionistas", afirmou o presidente da Chubu Electric, Akihisa Mizuno, em coletiva de imprensa. "Mas implementar firmemente medidas para fortalecer a segurança será o alicerce para manter a energia nuclear segura e estável no longo prazo e, no final, gerar benefícios aos nossos clientes."
As interrupções na produção de energia podem não ser grandes o suficiente para atrasar a retomada econômica, porque os serviços devem suprir a demanda no verão japonês com energia termelétrica do oeste do país.
Medo
Outra operadora de usina nuclear, a Japan Atomic Power, afirmou que estancou um pequeno vazamento de radiação na usina de Tsuruga, na costa oeste, o primeiro desde o início das operações, em 1987. A operadora disse que o vazamento não causou danos ao meio ambiente.