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Usina japonesa pode ter novo vazamento; Greenpeace critica

Japoneses levam flores a Fukushima em homenagem às vítimas do terremoto | AFP
Japoneses levam flores a Fukushima em homenagem às vítimas do terremoto (Foto: AFP)

O grupo ambientalista Greenpeace criticou duramente nesta quinta-feira (26) a "reação inadequada" do Japão ao desastre nuclear na usina afetada pelo terremoto, e a operadora da usina revelou um aparente novo vazamento de água radioativa.

O Greenpeace disse que foi encontrada alga marinha com níveis de radiação 60 vezes acima dos limites oficiais, despertando "sérias preocupações" sobre riscos de longo prazo de alga marinha contaminada mais de dois meses após a usina de Fukushima-Daiichi ser abalada pelo terremoto seguido de tsunami.

"Em contraste, as autoridades japonesas afirmam que a radioatividade está sendo dispersada ou diluída e só estão realizando um monitoramente limitado de radiação marinha", afirmou o grupo.

"Nossos dados mostram que quantidades significativas de contaminação continuam a se espalhar por grandes distâncias da usina nuclear de Fukushima", teria dito o especialista em radiação Jan Vande Putte segundo um comunicado.

O Greenpeace disse que a radiação encontrada na alga marinha, em peixes e ostras recolhidas perto de Fukushima no início deste mês ultrapassava os limites de segurança, indicando que ainda pode haver vazamento de água radioativa.

Uma amostra de alga marinha mostrou medições 60 vezes acima dos limites estabelecidos pelo governo japonês.

"A despeito do que as autoridades vêm afirmando, os riscos radioativos não estão diminuindo graças à diluição ou dispersão de materiais, a radioatividade na verdade está se acumulando na vida marinha", declarou Vande Putte.

"A concentração de iodo radioativo que encontramos na alga marinha é especialmente preocupante, já que indica o quão longe a contaminação está se espalhando pela costa, e porque várias espécies de alga marinha são consumidas em grande volume no Japão."

O tremor de magnitude 9,0 do dia 11 de março e o arrasador tsunami que o seguiu mataram cerca de 24 mil pessoas e afetaram o funcionamento a usina de Fukushima, desencadeando o pior acidente nuclear desde Chernobyl em 1986.

A crise, que desalojou cerca de 80 mil moradores ao redor da usina, levou a uma revisão da política energética japonesa e crescentes clamores por esforços para intensificar o monitoramento de saúde da crise que já dura 11 semanas.

O esforço para retomar o controle de usina de Fukushima se concentra no bombeamento de um grande volume de água para resfriar os três reatores que sofreram derretimento em março e no armazenamento de água contaminada no processo nos edifícios do local.

A Tokyo Electric Power, operadora da usina, disse que o nível da água em uma instalação de armazenamento de água para onde a água estava sendo bombeada diminuiu inesperadamente, o que sugere um novo vazamento de até 57 toneladas de água altamente contaminada.

No início de abril, o complexo despejou cerca de 10 mil toneladas de água com baixa radioatividade no oceano, despertando críticas das vizinhas China e Coreia do Sul.

Uma pesquisa do jornal Asahi publicada nesta quinta-feira mostrou que 42 por cento dos japoneses se opõe à energia nuclear, um aumento em relação aos 18 por cento de antes do desastre.

A enquete sublinhou a crescente preocupação popular com a segurança nuclear e as críticas à reação titubeante à crise e à revelação incompleta de detalhes fundamentais tanto por parte do governo quanto da operadora da usina.

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