A viagem de Fernando Lugo ao Brasil em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) foi alvo de críticas no Paraguai, tanto pela oposição quanto por aliados. O próprio vice-presidente Federico Franco declarou que é "absolutamente lamentável que o presidente tenha que ser transportado com aviões de outros países". O estranhamento ficou acentuado por causa da natureza da visita de Lugo, que veio ao Brasil para a primeira reunião de discussão sobre o tratado de Itaipu, que foi a base do seu discurso eleitoral.

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O colunista do jornal paraguaio ABC Color Edgar Ruiz Díaz considerou um "equívoco diplomático" o uso de um avião brasileiro pela equipe de Lugo. "A viagem de Lugo ao Brasil em uma aeronave militar desse país, justamente para fazer exigências ao chefe máximo do Estado, constitui um erro, uma falta à dignidade paraguaia, um equívoco diplomático", escreveu.

A assessoria de imprensa do Itamaraty informou à Gazeta do Povo que o uso de aviões da FAB em reuniões internacionais "não é corriqueiro, mas também não é inédito".

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Segundo a assessoria, esse tipo de gentileza para facilitar a mobilidade de chefes e representantes de Estado já foi usada, além de Lugo, com o presidente da Bolívia, Evo Morales, a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, e o príncipe herdeiro do Japão, Naruhito Denka – que veio do Oriente por meio próprio, mas se deslocou pelos estados brasileiros com um avião da FAB.

Outros exemplos citados pela assessoria foram a reunião da União das Nações Sul-americanas (Unasul), ocorrida no último semestre, quando representantes do Suriname e da Guiana puderam contar com o apoio da FAB para seu transporte, além da 2ª Conferência de Intelectuais da África e da Diáspora (Ciad), uma reunião cultural ocorrida em Salvador, em 2006. Nessa ocasião, pelo menos seis chefes de Estado africanos (entre eles de Senegal) foram transportados intercontinentalmente por aeronaves da FAB.