O líder governista no Parlamento francês, deputado Jean François Copé, anunciou ontem que apresentará um projeto de lei que proíbe o uso da burca (véu que cobre todo o corpo das mulheres muçulmanas) no país e a cobertura do rosto. Aquelas que desrespeitarem a norma, de acordo com o projeto, serão multadas em 750 euros (R$ 1,8 mil).
"Se não agirmos rápido, o risco é que um dia, em um, dois ou três anos, a burca se torne um fenômeno de moda. A última tendência de elegância", afirmou Copé, que preside o partido governista União para um Movimento Popular (UMP) no Parlamento francês.
A medida traria como exceção a cobertura do rosto em eventos culturais e carnavais.
O projeto deverá ser apresentado ao Congresso no prazo de até 15 dias. De acordo com relatório do Ministério do Interior francês, revelado pelo jornal Le Figaro no ano passado, seriam 2 mil as mulheres na França que levam o véu de corpo inteiro.
Copé justifica a medida como sendo uma questão de segurança pública, e acrescenta que, juntamente com proibição das burcas, pressionará pela adoção de medida sobre o respeito do direito das mulheres.
O presidente Nicolas Sarkozy já havia pedido uma análise ao Parlamento sobre o fenômeno da burca no país, que deve ser entregue no fim do mês.
Para a oposição socialista, a lei seria mais um erro no debate sobre o laicismo obrigatório na França e poderia acirrar o relacionamento com a comunidade muçulmana. Outros políticos defendem a adoção de uma resolução de caráter pedagógico, mais do que restritivo.