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Um dia depois de os governos de França e Grã-Bretanha terem exigido a "saída imediata" do ditador líbio, Muamar Kadafi, países-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) reúnem-se hoje em Londres para dar formalmente à aliança atlântica o comando total das operações na Líbia. O objetivo de "assegurar a transição pacífica" no país deve ser absorvido pela organização.

Para países como a Rússia, porém, o uso da coalizão militar para depor Kadafi viola a Resolução 1.973 do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que autoriza a utilização de "todos os meios necessários" para garantir a proteção dos civis líbios.

A acusação de violação da ordem da ONU foi feita ontem, em Moscou, pelo ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov. Ele criticou as operações que permitiram um avanço dos rebeldes de Benghazi sobre as cidades de Ajdabiya, Brega e Ras Lanuf, na direção de Sirte, terra natal de Kadafi e um dos símbolos do regime.

"A aviação da coalizão arrasa as tropas leais a Kadafi e dá apoio aos rebeldes armados", disse o chanceler russo. "Há uma contradição evidente entre as declarações das capitais ocidentais que afirmam que seu objetivo não é derrubar Kadafi e os ataques aéreos da coalizão sobre as colunas militares do líder líbio."

Para Lavrov, as operações da coalizão resumem-se num apoio militar evidente às ações dos insurgentes armados. A resolução 1.973 da ONU foi aprovada dia 17 - com abstenções da Rússia e do Brasil.

"O envolvimento da coalizão na guerra civil não foi sancionado pelo Conselho de Segurança da ONU", protestou. O governo russo exortou ainda o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, a investigar as denúncias de que os ataques aéreos fizeram vítimas na população civil. "Nós esperamos que isso seja feito imediatamente."

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