Cientistas argentinos criaram uma tecnologia que permite aumentar até 25 por cento da produção de leite bovino, ao injetar nas vacas um hormônio do crescimento gerado por vacas transgênicas.
Até então, existia outro produto no mercado, elaborado a partir de uma combinação de bactérias, para aumentar a produção láctea, mas o novo sistema é muito mais barato.
"Se uma vaca produz normalmente 20 litros de leite (por dia), quando este hormônio do crescimento, produzido dessa maneira, é injetado, ela pode produzir 24 ou 25 litros", disse Andrés Bercovich, gerente de investigação e desenvolvimento da firma Bio Sidus.
Os cientistas conseguiram desenvolver vacas transgênicas que produzem grande quantidade de hormônio do crescimento nas glândulas mamárias, de onde logo é extraído para fabricar o produto a ser injetado nas vacas comuns.
"Será um método mais econômico porque a infra-estrutura para a produção é menor e os insumos utilizados são somente os que o animal precisa. Isso é diferente do que se usa neste tipo de indústria, onde cada insumo é muito caro", disse Bercovich.
"A economia vem de várias fontes, pela infra-estrutura, energia, pessoal e insumos", acrescentou, referindo-se aos custos para produzir compostos por síntese química nos laboratórios.
A empresa Bio Sidus criou a primeira vaca clonada em 2002 e, desde então, nasceram novos animais clonados e transgênicos para extrair insulina e hormônios de crescimento de seu leite.
O objetivo da empresa é exportar o produto para os Estados Unidos e a América Latina, principalmente no México, Brasil e Peru, já que a venda não é autorizada na Argentina. Mas ele não especificou quando o produto será lançado no mercado.
"A produção está ainda na etapa inicial, na qual foi comprovado que o leite desses animais está produzindo o hormônio do crescimento bovino em boa quantidade. Mas vai levar um tempo até obtermos um produto comercializável", disse.
O projeto, que teve início em 2000, exigiu um investimento de 7 milhões de dólares.
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