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A empresa americana de biotecnologia Moderna anunciou nesta segunda-feira (18) resultados animadores sobre a vacina que está desenvolvendo contra a Covid-19 – apesar de ainda estar no início dos testes clínicos. De acordo com comunicado da companhia, esta vacina parece gerar uma resposta imunológica ao coronavírus (Sars-CoV-2) similar à que desenvolvem os pacientes que já se recuperaram da doença.
Na primeira fase dos testes clínicos, diferentes dosagens da vacina foram aplicadas em voluntários entre 18 e 55 anos. Os que receberam 25 e 100 microgramas passaram, duas semanas após a segunda dose, a ter níveis de anticorpos semelhantes aos observados nas amostras de sangue de pessoas que se recuperaram da Covid-19, sugerindo que a vacina poderia proteger contra a doença – cientistas ainda estão investigando se o sangue de pessoas curadas pode ser eficaz na prevenção.
Os dados são limitados, já que se baseiam na observação de apenas oito voluntários, mas animadores, segundo especialistas. Arturo Casadevall, presidente de microbiologia molecular e imunologia da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins, disse ao Washington Post que "o fato de a vacina ter provocado anticorpos neutralizantes em quantidades comparáveis ou superiores às encontradas nos soros convalescentes [plasma] é muito encorajador".
Nenhum efeito colateral relevante foi notado entre os que receberam as dosagens mais baixas da vacina (25 e 100 μg), a não ser um caso de vermelhidão na área de aplicação.
Baseado nos dados preliminares da fase um, a Moderna vai testar outras concentrações da vacina na segunda e terceira etapa dos testes clínicos, com o objetivo de escolher a mais apropriada para seguir com os estudos. A segunda etapa já foi aprovada pelo FDA (Food and Drug Administration, órgão americano similar à Anvisa) e deve testar a vacina em 600 voluntários.
Stéphane Bancel, CEO da Moderna, disse que a fase 3, quando a vacina poderá ser testada em milhares de pessoas, deve ser iniciada em julho. A companhia, segundo ela, está investindo para ampliar a fabricação da vacina, "a fim de maximizar o número de doses que podemos produzir para ajudar a proteger o maior número possível de pessoas do Sars-CoV-2".