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Covid-19

Vacinação nos EUA desacelera após pausa temporária de aplicações da J&J

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Poucas pessoas são vistas em um local da vacinação contra Covid-19 em Los Angeles, Califórnia, em 27 de abril de 2021 (Foto: Frederic J. BROWN/AFP)

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A vacinação contra Covid-19 nos Estados Unidos está desacelerando desde meados de abril. Há duas semanas, o país vinha imunizando cerca de 3,5 milhões de americanos por dia. Agora o número de doses aplicadas diariamente está em torno de 2,6 milhões – o menor nível desde o fim de março. A queda de aproximadamente 20%, a mais acentuada desde o início da vacinação no país, coincide com a pausa da aplicação do imunizante de dose única desenvolvido pela Johnson & Johnson.

Em 13 de abril, duas agências federais dos EUA – a FDA (Food and Drug Administration) e o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) – anunciaram que estavam investigando uma possível relação entre o produto da J&J e casos de tromboses em mulheres. Naquele momento, cerca de 425 mil doses da vacina estavam sendo aplicadas por dia. Na semana, passada, as autoridades retomaram a inoculação, afirmando que os benefícios da vacina superam os riscos.

Alguns analistas americanos apontam que o anúncio aumentou a desconfiança da população quanto ao imunizante, mas também há outros fatores relacionados, já que a aplicação de doses das vacinas da Moderna e da Pfizer também está em queda.

No condado de Los Angeles, por exemplo, milhares de moradores que haviam agendado um horário para tomar a primeira ou a segunda dose das vacinas não compareceram aos locais de aplicação, o que está gerando preocupação entre as autoridades locais. As explicações para isso variam: receio dos efeitos colaterais, pessoas que acreditam que a segunda dose não é necessária e problemas nos centros de vacinação – como a falta da vacina de uma determinada marca com a qual a pessoa já foi imunizada.

De acordo com o funcionário da Casa Branca responsável pela campanha de imunização contra Covid-19, Jeff Zients, os EUA já vacinaram as pessoas que corriam mais riscos e as que estavam mais ansiosas para receber a proteção. Segundo ele, agora a campanha de vacinação precisa atingir outro público.

"Sentimos que estamos chegando ao ponto em que as pessoas que [não foram imunizadas] são muito difíceis de alcançar e precisam de assistência e mais educação, ou aquelas que são resistentes e não querem", disse à CNBC Jennifer Kates, vice-presidente da Kaiser Family Foundation, afirmando também que os promotores das campanhas de vacinação – autoridades locais, estaduais e federais e também o setor privado – terão que se esforçar para conseguir conversar com essas pessoas.

Devido à diminuição da demanda, alguns centros de vacinação em massa dos EUA começaram a fechar. Alguns estados planejam focar a imunização em consultórios médicos ou em locais mais próximos das comunidades.

Até esta quinta-feira (29), os EUA aplicaram mais de 237 milhões de doses: 43% da população (143,79 milhões de pessoas) já recebeu ao menos a primeira dose e 29% (99,67 milhões de pessoas) está totalmente imunizado.

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