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Chacina

Vai a 13 número de mortos em base militar nos EUA

Uma pessoa ferida na chacina ocorrida ontem em uma base militar no Texas faleceu nesta sexta-feira, elevando a 13 o número de mortos no episódio, informou um porta-voz militar. Pelo menos 30 pessoas ficaram feridas, prosseguiu Tyler Broadway, o porta-voz.

No fim da noite de ontem, autoridades americanas informavam que 12 pessoas haviam morrido e 31 ficado feridas no massacre. A identidade das vítimas não foi divulgada.

O major Nidal Malik Hasan, de 39 anos e apontado como suspeito de promover o massacre, estava inconsciente e respirava por aparelhos em um hospital do Texas, segundo informações divulgadas na noite de quinta-feira.

Hasan, identificado por autoridades americanas como um psiquiatra do exército, foi baleado quatro vezes depois de abrir fogo na base militar de Fort Hood por volta das 13h30 locais de ontem.

Ainda não se sabe o que motivou o massacre. Aparentemente, o suposto autor da chacina estaria prestes a ser enviado ao Afeganistão. Ele também já teria manifestado revolta com as guerras travadas pelos Estados Unidos no Iraque e no Afeganistão

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu nesta sexta-feira que as pessoas não tirem conclusões precipitadas, enquanto autoridades investigam o ataque na base militar Forte Hood, no Texas. Obama ordenou que as bandeiras na Casa Branca e outras agências federais fiquem a meio pau, como tributo aos 13 mortos no ataque.

Vizinhos do atirador

Uma vizinha de Hasan, Patricia Villa, disse que o militar esvaziou seu apartamento nos dias anteriores à matança - o militar teria oferecido a ela vários objetos, incluído um exemplar do Alcorão, livro sagrado do Islã. Patricia Villa informou que Hasan lhe disse que partiria na sexta-feira. Ela não estava segura se ele iria para o Iraque ou para o Afeganistão. Solteiro, Hasan vivia sozinho.

Um imã de uma mesquita frequentada por Hasan disse que ele, muçulmano pela vida inteira, era um soldado competente e não dava sinais de crenças extremistas. Filho de pais palestinos que imigraram aos EUA, Hasan nasceu e cresceu no Estado da Virgínia.

Soldados que testemunharam a matança disseram que Hasan gritou "Allahu Akbar" - uma frase em árabe que significa "Deus é Grande" antes de abrir fogo, disse o general Robert Cone, comandante da base de Fort Hood.

Villa, que se mudou recentemente para o mesmo andar onde fica o apartamento de Hasan, disse que nunca havia falado com ele antes desta semana ou foi à sua residência.

Ela disse que Hasan lhe deu brócoli congelado, espinafre, camisetas e prateleiras na quarta-feira e voltou na quinta-feira, quando deu um colchão de ar e uma luminária. Ele também ofereceu US$ 60 a ela em troca de uma faxina no seu apartamento, que deveria ser feita hoje, sexta-feira, portanto depois que ele tivesse partido.

Outro vizinho disse que Hasan não parecia estar aborrecido com a suposta partida para o Afeganistão ou para o Iraque. "Eu perguntei a ele como se sentia indo para lá, com a religião e essa coisa toda, e ele disse "vai ser algo interessante", disse Edgar Booker, um soldado aposentado de 58 anos, que trabalha num pequeno restaurante no bairro.

Detalhes da tragédia

À medida que alguns feridos começam a se recuperar, detalhes heroicos sobre a tragédia começam a emergir. Oficiais da base elogiaram uma policial, Kimberly Munley, que atirou em Hasan e recebeu tiros em troca. "Ela encontrou o atirador. Na troca de fogo, ficou ferida mas conseguiu atirar nele quatro vezes", disse Cone. "Ela teve uma ação fantástica e agressiva", elogiou. Hasan usou duas pistolas automáticas na chacina.

Cone disse que com o ricochete das balas, Hasan conseguiu atingir muita gente na chacina. Segundo ele, os militares investigam se as armas de Hasan eram registradas no exército ou não. Esta sexta-feira foi dia de luto no Fort Hood.

Por seis anos, antes de começar a servir no Texas em julho de 2009, Hasan trabalhou no Centro Médico Walter Reed do Exército dos EUA, perseguindo uma carreira de psiquiatra. O major recebeu sua graduação de médico da Universidade de Ciências da Saúde de Maryland em 2001.

Mas seu histórico não foi brilhante. Em Walter Reed, seu desempenho foi avaliado como fraco, de acordo com um oficial que falou sob anonimato. Quando fez residência médica, Hasan teve algumas "dificuldades" que exigiram aconselhamento e supervisão extra, disse o Dr. Thomas Grieger, que era diretor de treinamento em Walter Reed.

Em entrevista ao jornal The Washington Post, a tia de Hasan, Noel Hasan, que vive em Falls Church, Virgínia, disse que seu sobrinho foi importunado por seu muçulmano nos anos após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. Ela também disse que Hasan queria deixar o exército.

"Algumas pessoas conseguem lidar com isso e outras não conseguem", ela disse.

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