Subiu para ao menos 15 o total de pessoas mortas ontem - segundo cifras da agência Reuters, com base em fontes palestinas - em vários incidentes com soldados israelenses nas fronteiras de Israel com seus vizinhos árabes. Apesar de militares israelenses terem reforçado ontem a segurança por causa do "Dia da Catástrofe" (ou Nakba, em árabe), a sequência de confrontos, em diversos pontos da linha de fronteira, foi qualificada como "sem precedentes".
Os conflitos mais graves foram registrados nos limites com a Síria, o Líbano e a Faixa de Gaza. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, foi à TV para justificar a ação dos militares. Ele disse ter pedido aos soldados que agissem com "o máximo de comedimento". "Mas que ninguém se engane: Israel está determinado a defender seu território e sua soberania". Netanyahu disse ainda que os protestos "não são apenas pelo retorno às fronteiras de 1967, mas também pela destruição de Israel".
Na ação mais surpreendente, centenas de manifestantes vindos da Síria - refugiados palestinos - iniciaram um protesto no povoado druso de Majdal Shams, nas Colinas do Golã, derrubaram uma barreira de metal e se infiltraram em território israelense. Desde 1967, após a Guerra dos Seis Dias, o vilarejo é dominado por Israel. Somente nesse episódio, os confrontos deixaram dois mortos e dezenas de feridos. Após algumas horas de confusão, todos os cidadãos sírios retornaram ao país, mas prometeram voltar para libertar os territórios palestinos.
As forças de segurança da Síria não interferiram na atuação israelense. "Fizemos História. Concretizamos o direito de retorno dos refugiados palestinos às suas terras, ainda que apenas por algumas horas", afirmou Salman Fakrizan.