Subiu para 25 o número de mortos nesta terça-feira (14) após um incêndio que destruiu uma fábrica de roupas perto da capital de Bangladesh, Daca, e deixou mais de cem feridos, segundo autoridades e a imprensa local. O incêndio ocorreu no prédio de dez andares, propriedade do grande grupo empresarial Hameem Group, localizado na zona industrial fora de Daca, disse o bombeiro Golam Mostafa. As causas do incêndio ainda são desconhecidas.
O jornalista Rafiqul Islam disse por telefone que viu pelo menos 25 corpos sendo retirados do local. A emissora de TV Diganta informou que haviam morrido ao menos 20 pessoas e havia mais de cem feridos. a ATN News informou que as equipes de resgate retiraram ao menos 11 corpos. Mostafa informou que o Exército participa do resgate.
Monir Hossain, outro jornalista que está no local, disse que o fogo começou nos dois andares superiores, durante o horário do almoço. Um portão de uma escadaria estava trancado, deixando as pessoas presas do lado de dentro, disse Hossain, citando uma testemunha.
Segundo Islam, cerca de 13 mil trabalham na fábrica diariamente, embora a maioria estivesse fora durante o intervalo do almoço, quando o incêndio começou. Autoridades preveem que o número de mortos vai subir.
Bangladesh tem cerca de quatro mil fábricas de roupa, que exportam produtos com um valor total superior a US$ 10 bilhões por ano, especialmente para Estados Unidos e Europa. Seus clientes incluem Wal-Mart, Tesco, H&M, Zara, Carrefour, Gap, Metro, JCPenney, Marks & Spencer, Kohl's, Levi Strauss e Tommy Hilfiger.
Houve protestos recentes no país de operários do setor, que exigem a implementação de um novo salário mínimo por causa de seus baixos vencimentos. Os trabalhadores entraram em confronto no domingo com a polícia, em uma zona industrial no sudoeste do país. O confronto deixou três mortos e cem feridos.
Trabalhadores em confecções de Bangladesh estão entre os mais mal pagos do mundo, segundo a Confederação Internacional de Sindicatos, grupo de defesa dos direitos trabalhistas sediado em Viena, na Áustria. No primeiro aumento salarial concedido desde 2006, em julho o governo elevou o salário mínimo de 1.662 takas (US$ 25) para 3 mil takas (US$ 45) por mês. A nova regra passou a valer em novembro, mas os trabalhadores dizem que muitas fábricas ainda não elevaram os salários.