O ministro da Economia na Argentina, Sergio Massa, que concorre às eleições presidenciais de outubro pela coalizão governista União Pela Pátria, afirmou durante um jantar com apoiadores nessa semana que, "independentemente de ser no 1º ou 2º turno, seu bloco político continuará governando".
O candidato apoiado pelo peronismo participou da reunião nesta segunda-feira (4) em Buenos Aires para encontrar novos financiadores de sua campanha eleitoral.
Fizeram parte do evento autoridades do país, empresários e líderes políticos. O jantar rendeu contribuições de até US$ 5 milhões [cerca de R$ 25 milhões na cotação atual], segundo informações do jornal argentino Clarín.
Para o presidenciável, os novos recursos são "um sinal de confiança maior do que o voto". O ministro fez a leitura dos nomes de quem comprou mesas na ocasião, a fim de se proteger contra "acusações de financiamento e venda de votos ilegais", disse.
Na reunião, o candidato peronista ainda fez afirmações contrárias às propostas de seus adversários na corrida eleitoral, o economista Javier Milei, da coalizão de direita A Liberdade Avança, vencedor das primárias argentinas de 13 de agosto, e Patricia Bullrich, da coalizão Juntos pela Mudança.
O principal ponto combatido por ele foi a dolarização da economia argentina, anunciado no projeto do libertário Milei. "O que está em jogo na Argentina é nossa soberania ao defendermos a dolarização", afirmou.
No final da noite, Massa reiterou suas propostas governistas para o país, com ênfase na reconstrução do peso argentino, que vive intensa desvalorização nos últimos meses. "Precisamos pensar em uma forma de unidade nacional, quebrar os pêndulos que nos colocam entre avanços e retrocessos", disse.
As recentes pesquisas de opinião feitas na Argentina indicam uma derrota do candidato governista nas urnas. Um dos levantamentos realizados foi o da consultoria Opinaia, divulgado pelo Clarín na última semana, que revela uma vantagem considerável de Milei sobre os demais adversários políticos em um eventual 2º turno.
Segundo a pesquisa, caso Massa e Bullrich disputem um novo pleito em um dos cenários possíveis, até assim o peronista ficaria em desvantagem, indicando uma vitória folgada da candidata de centro-direita.
Nessa hipótese, Bullrich sairia na frente com 44% das intenções de voto, enquanto Massa ficaria com 32%. A pesquisa apontou 10% de votos brancos, 7% de indecisos e 7% que não pretendiam votar em nenhum dos dois.
Crise econômica
O governo de Alberto Fernández tem buscado formas de conter a crise econômica que assola o país.
No final de agosto, o Ministério da Economia, liderado por Sergio Massa, anunciou uma série de medidas para tentar amenizar a queda do poder de compra da população devido à desvalorização de 22% do peso argentino.
Entre as ações estão a aplicação de abonos fiscais a pequenas e médias empresas e o pagamento de bônus extraordinários destinados a aposentados e trabalhadores argentinos, em uma tentativa de frear a inflação no país, que já superou os 100% e tem previsão de chegar a 170%, segundo analistas.
A grande questão, no momento, é que algumas províncias, responsáveis por bancar o bônus, não aceitaram as propostas governistas.
Também em agosto, a Argentina teve aprovado um novo desembolso de US$ 7,5 bilhões [R$ 37,4 bilhões] do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Em 2022, as partes assinaram um acordo de refinanciamento de uma dívida estimada em US$ 45 bilhões [R$ 224,6 bilhões], que foi contraída no ano de 2018, durante o governo de Mauricio Macri (2015-2019).