Atualizada em 23 de abril de 2018, às 21 horas.
Ao menos dez pessoas morreram e 16 ficaram feridas nesta segunda-feira (23), em Toronto, no Canadá, após uma van atropelar pedestres na calçada de um cruzamento entre avenidas de grande movimento na cidade.
De acordo com as forças de segurança, o motorista da van, Alek Minassian, um estudante universitário de 25 anos, foi detido. O rapaz não tinha passagem pela polícia, e suas motivações ainda são desconhecidas.
"Baseado nas informações que temos, não há nada que possa comprometer a segurança nacional neste momento", afirmou o chefe da polícia de Toronto, Mark Saunders, ao ser questionado sobre uma eventual conexão com terrorismo internacional.
O número de mortos pode aumentar. Segundo o hospital Sunnybrook, para onde foram levados os feridos, cinco pacientes estão internados em estado crítico. As informações são da polícia local.
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O acidente aconteceu às 13h30 local (14h30 pelo horário de Brasília), em um momento em que diversos funcionários de escritórios na região saíam para almoçar.
Ao menos uma testemunha relatou que o motorista parecia estar deliberadamente mirando pedestres na calçada —o ataque se estendeu por quase 1,6 quilômetro. Um homem que afirmou se chamar Ali Shaker disse à rede CNN que viu a van e que o motorista parecia estar mirando nas pessoas.
"Essa pessoa estava intencionalmente fazendo isso, ele estava matando todo mundo", declarou. "Ele continuou, continuou. As pessoas estavam sendo atingidas, uma após a outra." Pela velocidade do próprio carro, Shaker avaliou que a van deveria estar em uma velocidade máxima de 75 km/h. Segundo essa testemunha, várias das vítimas eram pessoas mais velhas e, em certo momento, um carrinho de bebê foi lançado após ser atingido.
Nick Santa, que estava em um café próximo do local da ocorrência, disse à Global TV News que o motorista parecia estar no controle do veículo. “Ele seguiu direto e também conseguiu fazer uma curva perfeita na esquina”.
“Investigação longa”
Questionado por jornalistas em uma conferência de imprensa, o chefe da polícia de Toronto, Peter Yuen, afirmou que “esta vai ser uma longa investigação”.
Ele e outras autoridades se esquivaram de questionamentos sobre as motivações do motorista e a possibilidade de um atentado terrorista.
O incidente é um dos mais violentos na história recente do Canadá. Em janeiro de 2017, um ex-estudante universitário canadense matou seis homens que rezavam em uma mesquita na Cidade de Quebec. No mês passado, Alexandre Bissonnette se declarou culpado.
Os ministros das Reuniões Exteriores do G7 (grupo de países composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) estão reunidos por dois dias em Toronto.
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, disse que as autoridades estão investigando o incidente. “Ainda estamos coletando informações e, assim que pudermos, vamos dividi-las com os canadenses”", disse Trudeau a repórteres cerca de uma hora após o acidente.
Nos últimos anos, houve diversos atentados terroristas usando veículos como vans ou caminhões para matar pedestres, como no mercado de Natal em Berlim, em 2016, em Barcelona, em 2017, e em Nova York, também no ano passado.
Ainda não há, porém, confirmação de que seja este o caso do incidente em Toronto.
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