A grande maioria das pessoas que foram ouvidas pela Justiça por envolvimento na onda de saques e vandalismo registrada na In­­glaterra no mês passado já tinha antecedentes criminais. Mais de 3 mil foram presos após os quatro dias de tumultos em Londres e ou­­tras cidades. Des­­ses, 1.715 já estiveram diante de um juiz.

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O cruzamento de informações mostra que 73% deles já haviam sido previamente condenados ou repreendidos pela Justiça por co­­meterem delitos. Um em cada cinco tinham mais de 10 crimes em seus históricos, e há casos de al­­guns com mais de 50.

Para Kenneth Clark, ministro da Justiça, os dados confirmam que os tumultos foram atos de criminosos. "Isso reforça que são ne­­cessárias mudanças radicais para ga­­rantir punição mais severa para aqueles que reincidem no crime", disse Clark. A maioria é homem (90%) e jovem; 94% têm menos de 40 anos; 21%, menos de 18.

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Os números foram divulgados no dia em que o ministro Iain Dun­­­­can Smith (Trabalho e Previ­­dên­­cia) publicou artigo no The Times em que afirma que a classe média teve de pagar o preço por ter fechado os olhos para os problemas dos mais pobres.

Desde a onda de vandalismo, há uma discussão sobre as razões da violência, que começou após a morte de um homem de 29 anos pela polícia em Totte­­nham, bairro pobre no norte de Lon­­dres.

Analistas à esquerda culpam a desigualdade crescente e os cortes públicos. Já o primeiro-ministro, David Cameron, diz que é "pura criminalidade", provocada por uma crise moral. Ontem foram ouvidos no Parlamento representantes do Twitter, Facebook e o fabricante dos telefones BlackBerry. Pa­­ra a polícia, os sites e o serviço de mensagens do "smart­­phone" foram usados para or­­ganizar saques.