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"Alô presidente"

Vargas Llosa aceita convite e quer debater com Chávez

Um grupo de intelectuais latino-americanos liderado pelo peruano Mario Vargas Llosa aceitou nesta sexta-feira (29) um convite para debater feito pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e deverá participar de seu programa de rádio e televisão "Alô, presidente".

Llosa e os mexicanos Jorge Castañeda e Enrique Krauze participam em Caracas de um fórum que discute liberdade de expressão e democracia. Ambos têm uma postura abertamente crítica ao governo chavista.

Na quinta-feira, durante o encontro, Llosa afirmou que Chávez restringe as liberdades na Venezuela e que o país pode se tornar uma "ditadura comunista", nos moldes do regime cubano. Em resposta, na primeira parte da edição especial do "Alô, Presidente", que será transmitido até domingo por ocasião de seu 10º aniversário, o presidente então convidou os escritores a debater sobre democracia, liberdade e direitos humanos com intelectuais favoráveis a seu governo.

"Como aqui não há liberdade de expressão, 'O Alô Presidente' abre suas portas", ironizou Chávez. "Eu me afasto e deixo que vocês discutam, os convidados especiais de direita e os socialistas. Estarei no meio do público", complementou.

Os intelectuais concordaram com a proposta, mas pediram que a discussão fosse diretamente com o mandatário.

Castañeda disse que seria uma "grande oportunidade" debater com Chávez. Ele ressaltou que, por outro lado, "não seria nenhuma novidade" conversar com pensadores de esquerda, já que este tipo de encontro "acontece diversas vezes" fora da Venezuela.

Para Krauze, a discussão "será magnífica para os telespectadores venezuelanos, que há 10 anos veem todos os dias o presidente Hugo Chávez de quatro a cinco horas, não diria que em um monólogo completo, mas quase".

O historiador mexicano elogiou a iniciativa do presidente de "escutar a opinião dos outros, em vez de apenas expor as suas".

Llosa, por sua vez, disse que o grupo é favorável ao diálogo como um "princípio da cultura democrática". Ele ressaltou, porém, que as conversas devem ocorrer "em igualdade de condições".

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