O escritor peruano Mario Vargas Llosa acha que o candidato à Presidência do Peru, Alan García, é um "mal menor" para salvar a democracia do seu país, apesar de ter descrito seu governo na década de 1980 como "ruim".

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O romancista, que apresentou na terça-feira em Madri sua última obra, "Travesuras de la niña mala", explicou que nenhum dos candidatos -- o social-democrata García e o nacionalista Ollanta Humala -- teria seu voto, se pudesse escolher "o excelente".

- Mas isso não está em jogo agora no Peru. O que está em jogo é se a democracia que temos, imperfeita como é, vai sobreviver ou se vai desaparecer outra vez, e vamos ter um caudilho militar, um nacionalista... que é o que seria o Peru com o senhor Humala - declarou o escritor diante de um grupo de jornalistas.

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- Diante disso, o senhor García é o mal menor, o mal menor se o desejo é que a democracia sobreviva, porque com García ela vai sobreviver. Seu governo foi muito ruim, mas a democracia sobreviveu - acrescentou Vargas Llosa, que perdeu as eleições de 1990 para Alberto Fujimori.

Os peruanos vão votar no segundo turno das eleições em 4 de junho, depois que nenhum candidato conseguiu obter mais de 50% dos votos no primeiro turno, realizado em 9 de abril.

Humala foi o candidato mais votado, com 30,62%, enquanto García, cujo governo entre 1985 e 1990 terminou em uma grave crise econômica, ficou em segundo lugar, com 24,33%.