O escritor peruano Mario Vargas Llosa foi retido nesta quarta (27) por mais de uma hora no aeroporto internacional de Caracas por funcionários da imigração venezuelana, após chegar ao país. Vencedor de vários prêmios literários, Llosa foi à Venezuela para participar de encontro sobre liberdade e democracia, organizado pela entidade privada Centro de Divulgação do Conhecimento Econômico para a Liberdade, que faz oposição ao governo do presidente Hugo Chávez. Após sair do aeroporto, o escritor disse à imprensa que um funcionário da imigração "me disse de maneira cordial que, como estrangeiro, eu não tinha direito a fazer declarações políticas" na Venezuela.
"Eu também respondi de maneira cordial que, estando na terra de Bolívar, o libertador da América do Sul, ninguém poderia colocar restrições ao livre pensamento e à livre expressão, e que eu iria falar com toda a liberdade como faço sempre", comentou Vargas Llosa. "Eles revistaram toda a bagagem e comprovaram que não trago contrabando, nenhum material explosivo, nada subversivo, apenas alguns livros de poesia". O episódio foi parecido com o que ocorreu na segunda-feira com seu filho, o jornalista Alvaro Vargas Llosa, que também foi retido durante duas horas no aeroporto internacional de Caracas, antes que sua entrada na Venezuela fosse permitida.