Caracas - O famoso escritor peruano Mario Vargas Llosa, um dos mais conhecidos da América Latina, foi retido ontem por mais de uma hora no Aeroporto Internacional de Caracas por funcionários da imigração venezuelana, após chegar ao país para participar de um encontro de intelectuais promovido por uma organização privada que faz oposição ao governo do presidente Hugo Chávez.
Assim que deixou o aeroporto, o escritor disse à imprensa que um funcionário da imigração "me disse de maneira cordial que como estrangeiro eu não tinha direito a fazer declarações políticas" na Venezuela.
"Eu também respondi de maneira cordial que, estando na terra de Bolívar, o libertador da América do Sul, ninguém poderia colocar restrições ao livre pensamento e à livre expressão, e que eu iria falar com toda a liberdade como faço sempre", comentou Vargas Llosa.
"Eles revistaram toda a bagagem e comprovaram que não trago contrabando, nenhum material explosivo, nada subversivo, apenas alguns livros de poesia".
O episódio que aconteceu ontem com Mario Vargas Llosa foi parecido com o que ocorreu na segunda-feira com seu filho, o jornalista Alvaro Vargas Llosa, que foi retido durante duas horas no aeroporto internacional de Caracas, antes que sua entrada na Venezuela fosse permitida.