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A varíola dos macacos é uma doença viral endêmica na África Central e Ocidental. Nesta semana, porém, estão sendo feitos diagnósticos da doença na Europa e na América do Norte. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), ela se manifesta através de febre, dores musculares, glândulas inchadas e erupções cutâneas nas mãos e no rosto, como uma catapora.
A OMS alerta que a doença, que é transmitida através de gotículas de fluidos do corpo, contato direto com a pele ou objetos contaminados, representa um risco maior para crianças e mulheres grávidas, que podem transmitir a varíola dos macacos para os fetos.
Países da Europa e da América do Norte relataram detalhes de novos casos da varíola dos macacos na última semana.
Primeiros casos foram detectados no Reino Unido
Os primeiros casos na Europa foram notificados no último domingo (15) no Reino Unido, com quatro confirmações, sem antecedentes de viagens a regiões de risco. Isso sugere uma transmissão comunitária que já estaria presente no território britânico.
A OMS publicou um relatório de acompanhamento da situação, que não inclui outros países além do Reino Unido. Segundo a organização, o vírus encontrado no país carrega mutações e tem uma letalidade de 1%, enquanto a variante registrada na África Central chega a 10%.
A organização também apontou que a vacina contra a varíola tradicional é eficaz contra a doença. No entanto, a varíola humana, de alta letalidade (cerca de 30%) foi erradicada há 40 anos. As campanhas de imunização terminaram pouco depois, por isso as gerações mais jovens não contam com essa proteção e estariam mais suscetíveis a contrair o vírus dos macacos, que é aparentado e da mesma família do vírus da varíola humana (família Poxviridae).
Espanha e Portugal somam mais de 40 casos
A Direção Geral de Saúde de Portugal (DGS) confirmou nesta quinta-feira (19) o registro de mais 14 casos de varíola dos macacos. Também informou que mantém em observação uma dezena de pacientes com suspeita de terem o vírus. O órgão público já havia informado sobre nove positivos para a doença, enquanto o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) divulgou que ainda tinha outras duas amostras em análise. "Os casos acontecem na maioria entre jovens, todos do sexo masculino", informou a autoridade sanitária DSG.
A Espanha também emitiu um comunicado oficial alertando sobre a doença. "Normalmente, a transmissão acontece através das vias respiratórias. Mas os 23 casos suspeitos levam a pensar que a transmissão se deu através das mucosas, durante relações sexuais", explicam as autoridades sanitárias de Madri em comunicado publicado nesta quinta-feira (19).
Tanto Portugal quanto a Espanha declararam alerta sanitário nacional.
Itália anuncia primeiro caso confirmado
Nesta quinta-feira (19), a Itália confirmou o primeiro caso de varíola dos macacos no país. A doença foi identificada em um jovem adulto que estava nas Ilhas Canárias, conforme especificou o hospital Spallanzani, de Roma.
Depois do anúncio das autoridades italianas, o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês), informou que deve publicar, em no máximo uma semana, o primeiro relatório sobre evolução dos riscos da varíola dos macacos.
Estados Unidos confirma primeiro caso e Canadá analisa 13 exames
De acordo com a Radio Canada, 13 pacientes estão sendo examinados no país e um caso foi confirmado em Massachusetts, nos Estados Unidos, de um viajante que estava no Canadá.
Os estados do Texas e Maryland relataram apenas dois casos em 2021, de pacientes que haviam viajado recentemente para a Nigéria.