A Europa já trata Muamar Kadafi como ex-líder. Ontem, a Suíça, mesmo sem esperar a queda do ditador, bloqueou suas contas nos bancos do país. A França deixou claro que quer uma mudança de regime na Líbia e indica que pode levar Kadafi ao Tribunal Penal Internacional, enquanto a Grã-Bretanha informou que prepara sanções políticas, financeiras e comerciais.
"Espero, de todo o coração, que Kadafi esteja vivendo seus últimos momentos como líder", afirmou o ministro de Defesa da França, Alain Juppé. Para ele, os ataques contra a população podem ser considerados "crimes contra a humanidade", o que poderia levar a um processo contra Kadafi. Tanto a França quanto a Grã-Bretanha já falam em um processo contra o ditador.
Juppé descartou ontem a possibilidade de uma intervenção militar por parte da Europa. Mas defendeu o estabelecimento de uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia. A ideia dos Estados Unidos é a de que França e Itália, pela proximidade com a Líbia, coordenem e apliquem a zona de exclusão.
Votação
Apesar do apelo de Barack Obama para que a comunidade internacional atue com "voz única", a diplomacia mundial está dividida sobre o que fazer com Muamar Kadafi. Hoje, o Conselho dos Direitos Humanos da ONU se reúne em Genebra para votar uma resolução que propõe a suspensão da Líbia do órgão, algo inédito. Mas países islâmicos e Cuba rejeitam a ideia. Se a suspensão for aprovada, será enviada à Assembleia-geral da ONU, que tomará a decisão final. Ainda hoje, o Conselho de Segurança da ONU realiza uma reunião de emergência para discutir o caso da Líbia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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